Brasil

Corpos de vítimas de tragédia em Minas Gerais são identificados e liberados

Deverá começar nesta segunda-feira a investigação das causas do desastre que envolveu seis veículos

Luiz Ribeiro/Estado de Minas
postado em 15/01/2018 08:55
Para esclarecer as causas do acidente, a Polícia considera determinante o depoimento do motorista do caminhão que invadiu a contramão
Foram identificados pelo Instituto Médico legal (IML) de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, os corpos das 13 pessoas que morreram no acidente ocorrido na BR-251, no município de Grão Mogol, na tarde de sábado (13/1), envolvendo seis veículos. Dos 13 corpos, 12 tiveram a liberação, dos quais 11 deverão seguir hoje para a Paraíba. Serão enterrados dois corpos em Pernambuco e São Paulo, respectivamente.

O acidente ocorreu por volta das 5h de sábado, no Km 400 da rodovia, perto da localidade de Bocaina, entre Francisco Sá e Salinas. De acordo com informações levantadas pela Polícia, o acidente foi provocado por um caminhão, que transportava na carroceria o cavalinho de uma carreta (eixo dianteiro, cabine e motor), e que, desgovernado, avançou pela contramão numa reta perto de uma ponte, tendo desencadeado uma sequência de colisões. Além das mortes, mais de 30 pessoas ficaram feridas.

Deverá começar nesta segunda-feira (15/1) a investigação das causas do desastre. O inquérito será presidido pelo delegado de Grão Mogol, Ranierie Marcondes Damasceno. ;O laudo da perícia será de fundamental importância para saber a dinâmica e as causas do acidente;, afirma o delegado de plantão de Montes Claros, Rodrigo Andersen, que, no domingo, conduziu os trabalhos de reconhecimento e liberação dos corpos. ;Junto com o IML, fizemos um esforço concentrado para, em tempo rápido, identificar e liberar os corpos para as famílias;, salientou Andersen.

Para esclarecer as causas do acidente, a Polícia considera determinante o depoimento do motorista do caminhão que invadiu a contramão. Segundo testemunhas, apesar da gravidade do acidente, ele fraturou um dos braços e foi atendido em um hospital da região. O nome dele é mantido sob sigilo.

Dos 13 mortos na tragédia, 11 viajavam num micro-ônibus que seguia de São José dos Campos (SP) para Catolé do Rocha (PB), onde morava a maioria das vítimas. Viajavam no micro-ônibus 25 pessoas. Também morreram uma adolescente (que viajava em uma carreta) e um motorista que estava na cabine do caminhão que era transportado na carroceria do caminhão apontado como causador do acidente.
Até a noite de domingo, os corpos das pessoas que viajavam no micro-onibus permaneciam em uma funerária em Montes Claros. Dos 11 corpos, seis serão levados para sepultamento em Catolé do Rocha, cidade de 30 mil habitantes, distante 450 quilômetros de João Pessoa, onde foi decretado luto oficial por três dias. Um deles é o corpo de Kaliandro da Silva Oliveira, de 40 anos, o motorista e dono do micro-ônibus.

O decreto de luto por três dias também foi assinado em João Dias, município de 2,7 mil habitantes vizinho de Catolé do Rocha, pertencente ao Rio Grande do Norte, onde moravam três pessoas mortas no acidente, a secretária de Administração da cidade, Elizângela de Oliveira Fernandes, e dois filhos dela, Sandemar Pereira da Silva Filho, de 7; e Luzanira de Oliveira Fernandes, de 20. Outras duas vítimas do micro-ônibus moravam em cidades próximas de Catolé do Rocha: Riacho dos Cavalos (PB) e Marcelino Vieira (PE).

Despesa

A prefeita de João Dias, Tassia Verissimo (PSD), viajou até Montes Claros ontem, para tentar ajudar na liberação e no transporte dos corpos das vítimas até o a Paraíba e o Rio Grande do Norte, junto do marido, Carlos Augusto Paiva Maia, que é deputado estadual pelo PSD da Paraíba. ;Viemos tentar ajudar porque o pessoal é carente e não tem condições de bancar o transporte;, afirmou Carlos Augusto, que solicitou, sem sucesso, o transporte dos corpos das vítimas em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

Ainda na noite de ontem, com o apoio de uma funerária de Montes Claros as famílias dos mortos tentavam negociar com a seguradora do micro-ônibus para que a empresa arcasse com as despesas do traslado. A previsão era a saída dos carros funerários de Montes Claros na madrugada de hoje para levar os 11 corpos até Catolé do Rocha, com previsão de chegada às 5 h de amanhã. O percurso é de 1.900 km.

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