postado em 27/01/2018 12:15
A Prefeitura do Rio abre neste sábado (27/1) as ações das secretarias municipais de Cultura e de Assistência Social e Direitos Humanos e da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS) para o Carnaval do Rio 2018. Às 18h, começa no pilotis do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio, um show com a participação dos blocos Candy Bloco e Agytoê e animação dos DJs Gui Serrano, Caio Bucker, Mari Benting e Bruna Strait.
No evento, será apresentada também a agenda do projeto Cultura%2bDiversidade. Os organizadores esperam um público de oito mil pessoas para o encontro dos blocos que tem entrada grátis.
Na área de saúde, a Prefeitura do Rio de Janeiro quer conscientizar a população sobre os cuidados durante a folia e incentivar o uso de preservativos para evitar a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Quem estiver no local vai receber também informações sobre prevenção às ISTs. Essas informações também serão divulgadas em toda a cidade, em parceria com a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual e a Secretaria Municipal Saúde. No total, serão distribuídos 3 milhões de preservativos masculinos, 200 mil preservativos femininos, 400 mil géis lubrificantes e mais 20 mil folhetos informativos.
De acordo com o Coordenador Especial da Diversidade Sexual, Nélio Georgini, pesquisas mostram que historicamente a população LGBT é vulnerável a doenças e infecções sexualmente transmissíveis. ;Ano passado batemos recorde na distribuição de kits de prevenção e este ano vamos bater o recorde de novo. Estamos falando de 3 milhões de kits de prevenção;, disse à Agência Brasil.
Durante o carnaval, pessoas trans e da comunidade LGBT farão a distribuição dos materiais em estandes da Rio Respeito, instalados em locais estratégicos da cidade, como bares e restaurantes da Lapa e da zona sul, no Terreirão do Samba e no Sambódromo, na região central do Rio. As 233 unidades de saúde de toda a cidade também estão abastecidas com preservativos e gel.
Além de estimular a prevenção, o cuidado e o respeito, a campanha será bem-humorada e terá mensagens como Um lacre de respeito, Camisinha: tô dentro! e Confete, Serpentina, Purpurina e Respeito. ;O carnaval é uma festa da diversidade e por ser uma festa da diversidade porque não trazermos esta pauta para o momento de diversidade? A pauta LGBT ganha um espaço maior no carnaval, porque o carnaval é o espaço da diversidade;, apontou
Direitos Humanos
Para o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Pedro Fernandes, a pasta tem uma responsabilidade grande nesta época do ano e, por isso, a ideia é atuar em diversas frentes. Segundo Pedro Fernandes, uma delas é o projeto Trans Respeito feito com a Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual. Durante o Carnaval, os agentes percorrem os tradicionais pontos de folia na cidade para desenvolver ações de saúde e contra o preconceito.
;É nossa missão unir esforços para que cariocas e turistas possam se divertir no Carnaval, pautados em uma política de respeito à diversidade, com mais tolerância e sem discriminação;, disse o secretário.
A Campanha Rio Respeito, que começou em 2017, estimula o respeito entre os foliões e cidadãos em geral, tanto no sexo, como na paquera e na convivência com as diferenças. O público vai conhecer hoje a nova versão da marchinha Vem Pro Carnaval, Mas Vem Sem Preconceito. ;O Trans Respeito está dentro da grade da Rio Respeito que tem a marchinha criada no sentido de dar mais visibilidade para essas pessoas. É o nosso tema do Carnaval 2018;, disse o Coordenador Especial da Diversidade Sexual, Nélio Georgini.
Sambódromo
Georgini informou ainda que oito pessoas transexuais bilíngues de projetos de inclusão da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual foram contratadas pela RioTur para trabalhar no atendimento ao turista durante os dias de desfiles no Sambódromo.
;Todas as pessoas que trabalham com a diversidade precisam alcançar a visibilidade. Quando se traz essas pessoas para trabalharem nos projetos que sejam pessoas bilíngues, trilíngues e possam atuar na prevenção, se está fazendo o que o protocolo internacional e o Brasil, que nesses acordos internacionais é signatário, precisa entregar. Essas pessoas precisam sair da invisibilidade;, completou.
Aplicativo
Com o aplicativo gratuito Rio Respeito, os foliões podem obter informações sobre agendas de blocos de rua, programação dos desfiles na Sapucaí, onde conseguir camisinha nas unidades de saúde e o que fazer em caso de sexo desprotegido.
Direitos da Mulher
Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a campanha #DiversãoSemAgressão, desenvolvida pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher (Comdim), pelo Centro de Referência em Atendimento à Mulher (Cram) e por comerciantes da região da Rua 16 de Março, no centro da cidade, alerta para os casos de agressão e abuso contra a mulher agravados pelo aumento do consumo de álcool no carnaval. A hashtag está estampada nos totens decorativos, feitos especialmente para a 16 da Folia, em comemoração ao Carnaval.
A campanha #DiversãoSemAgressão lembra aos foliões que o Carnaval deve ser uma época de descontração, mas é preciso ter respeito ao próximo. A presidente do Comdim e coordenadora do Gabinete de Cidadania de Petrópolis, Ana Maria Rattes, falou sobre a importância da adesão dos comerciantes
;Esta postura diferenciada dos comerciantes é muito emocionante, um barato! Isso é ser cidadão, esta valorização é ótima. Estão de parabéns, é uma parceria muito positiva para todos. Não queremos que as pessoas deixem de beber ou de curtir o carnaval, mas que o façam com responsabilidade. Não podemos ficar alheios à violência que a mulher sofre, principalmente nesta época. Vale ressaltar que não é apenas a violência física, mas também moral, verbal ou material;, afirmou.
A coordenadora do Cram, Cléo de Marco, conta que embora o órgão seja de defesa da mulher e tenha como foco o público feminino, não se pode deixar de lado os homens. Segundo a coordenadora, a campanha já está ultrapassando as fronteiras do Brasil. ;O objetivo é um Carnaval tranquilo, de muita paz e respeito entre todos. Sem brigas, discussões, assédios ou agressões, não só em Petrópolis. Por isso, está sendo realizado trabalho de divulgação da campanha para outros estados brasileiros e até para outros países, como Moçambique e Estados Unidos;, disse.
Caso se sinta violentada de alguma forma, a mulher pode ligar para os números (21) 2291-5071, (21) 2242-8005 ou 180, além de poder contatar via WhatsApp a emergência da Polícia Militar, pelo número (24) 99222-1489.