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Termina rebelião em presídio na Baixada Fluminense: 18 reféns libertados

Presos iniciaram rebelião após tentativa frustrada de fuga. Três deles ficaram feridos. O ministro da Justiça, Torquato Jardim, não descartou que novas rebeliões possam acontecer

Jacqueline Saraiva
postado em 19/02/2018 06:41

As 18 pessoas feitas reféns por detentos do presídio Milton Dias Moreira, de Japeri, na Baixada Fluminense, foram libertadas. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), a libertação dos reféns ocorreu pouco depois da meia-noite desta segunda-feira (19/2). Três armas, uma granada de efeito moral e uma lanterna foram apreendidos. A rebelião dos presos foi iniciada no domingo (18/2), segundo as autoridades do Rio de Janeiro, Estado sob intervenção federal na segurança desde a sexta-feira (16/2).

[SAIBAMAIS]Três detentos ficaram feridos durante a ação criminosa, pouco antes do fim da rebelião, quando o Grupo de Intervenção Tática (GIT) da Seap entrou no presídio. Eles foram levados para o hospital. Do total de reféns, oito eram agentes penitenciários e 10 detentos.

A rebelião começou depois que inspetores de segurança e da administração penitenciária evitaram uma tentativa de fuga de internos, de acordo com comunicado da Seap. A PM enviou para o local o Batalhão de Choque, o Bope e todos os batalhões da Baixada Fluminense. O presídio Milton Dias tem capacidade para 884 detentos. Imagens de câmeras do helicóptero da Polícia Militar do Rio mostraram a movimentação de presos dentro do complexo.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, não descartou que novas rebeliões possam acontecer no Rio, como resultado da intervenção no Estado, mas disse que os agentes de segurança estão preparadas. "Haverá tentativas, certamente haverá tentativas, mas nós, acredito eu, estamos preparados", afirmou.

Medidas de controle em presídios

No mesmo dia da rebelião, a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio havia informado a antecipação de "medidas de controle" para evitar reações da população carcerária do estado a intervenção federal na segurança. A pasta explica que desde 24 de janeiro, quando o Secretário de Estado de Administração Penitenciária, David Anthony Gonçalves Alves tomou posse, as medidas de controle e mudanças já estavam em andamento. A secretaria não explicou quais foram as medidas antecipadas, por razões de segurança. "A intervenção abrange todos os setores da segurança pública e, dessa forma, coube ao Secretário antecipar algumas medidas de controle, na intenção de evitar qualquer reação da população carcerária", afirma o texto.


Após uma série de reuniões, o presidente Michel Temer assinou, no Palácio do Planalto, o decreto de intervenção federal na segurança pública no estado do Rio de Janeiro. O decreto chegou à Câmara dos Deputados no mesmo dia e foi protocolado por um funcionário da Casa Civil na Primeira Secretaria da Câmara. A expectativa é de que a matéria seja votada hoje em plenário.

Designada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para ser relatora do projeto, a deputada Laura Carneiro (MDB-RJ) , mas pedirá mais detalhes sobre como será a operação no Rio de Janeiro. Hoje pela manhã, Temer se encontra com os conselheiros da República e de Defesa Nacional na finalidade de debater o tema.

Com informações da France Presse

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