Brasil

Homem acusado injustamente de abusar dos filhos é libertado da cadeia

O vendedor Atercino Lima Filho foi preso no fim do ano passado após ser condenado a 27 anos de prisão por crime que não cometeu. Ele teve apoio do Innocence Project Brazil

Gabriela Vinhal
postado em 02/03/2018 13:40
Momento do reencontro entre pai e filhos
Condenado a 27 anos de prisão, depois de ser acusado de abusar sexualmente dos filhos, à época com 6 e 8 anos, o vendedor Atercino Ferreira de Lima Filho, 51 anos, foi solto na manhã desta sexta-feira (2/3) da Penitenciária José Parado Neto, em Guarulhos (SP). O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) entendeu que a condenação foi injusta e ordenou sua soltura na quinta-feira.
A decisão de libertá-lo foi baseada, principalmente, nos depoimentos dos filhos, Aline e Andrey, hoje adultos, que contaram ter sido forçados pela mãe a mentir sobre os abusos para prejudicar o pai. Atercino e a mulher se separaram em 2002, e os filhos ficaram sob a guarda da mulher que, na época, foi morar com uma amiga.
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À Justiça, os irmãos disseram que sofriam maus-tratos da mãe e, por isso, fugiram de casa, indo parar em um orfanato. Passaram, então, a procurar pelo pai e começaram a tentar inocentá-lo. Em 2012, Andrey decidiu registrar em cartório uma escritura de declaração em que afirmava que nunca havia sofrido os abusos. Em 2015, Aline fez o mesmo.
Atercino foi preso em abril do ano passado, depois do caso transitar em julgado. Os filhos, na época, já moravam com o pai. No total, ele respondeu pelo caso por 14 anos, pois o Ministério Público aceitou a denúncia contra o vendedor em 2004, dois anos após o divórcio com a ex-mulher.
Os irmãos foram ajudados pelo Innocence Project Brazil, projeto que começou nos Estados Unidos e chegou ao país no ano passado, com a missão de tirar da cadeia pessoas que foram presas injustamente. Segundo a organização, os oito desembargadores do 7; Grupo de Câmaras Criminais do Estado reconheceram que o vendedor havia sido condenado injustamente.
Os filhos de Atercino, Aline e Andrey, acompanharam o caso do pai na Justiça

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