Brasil

Raquel Dodge defende água como direito humano fundamental

Às vésperas do 8º Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília entre 18 e 23 de março, a procuradora garantiu que vai levar a proposta para discussão no evento

postado em 14/03/2018 14:40
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, participam da palestra Direito à Água promovida pela UniCeub
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu nesta quarta-feira (14/3) que a água seja tratada como direito humano fundamental protegido pela legislação. Às vésperas do 8; Fórum Mundial da Água, que acontece em Brasília entre 18 e 23 de março, ela garantiu que vai levar a proposta para discussão no evento.

;A água é fonte de controle de países sobre suas populações e é uma fonte de poder de famílias sobre outras famílias, de indivíduos sobre populações inteiras, de políticos sobre seus eleitores. A água é fonte de controle da liberdade de expressão das pessoas;, avaliou Dodge.

Durante palestra no Centro Universitário de Brasília (UniCeub), a chefe do Ministério Público Federal lembrou que 2018 marca os 30 anos da Constituição Federal vigente no Brasil, cuja ;centralidade está na proclamação de direitos e na defesa desses direitos;. Ela defendeu uma maior reflexão sobre o tratamento jurídico dado à água.

;A água é um bem essencial à vida e portanto talvez mereça do direito uma proteção singular por essa circunstância específica. Sem água, não há vida humana. A água não é um bem importante apenas para indivíduos. É também importante para grupos, para a coletividade;, argumenou Raquel Dodge.

A procuradora-geral citou que, na República Dominicana, a água não é tida como um bem de uso comum, mas como um bem privado. ;Significa que qualquer água que se tome ali é comprada de alguém. Todas as águas [ali] são privatizadas;, explicou. Para ela, a iminência de uma escassez de água pede que se discipline a água como direito humano.

;Caminhamos para uma situação que espero que não se torne irreversível que é a escassez de água doce. E numa situação de escassez de água doce e também de uma grande industrialização da ágau e utilização da água para fins hídricos, pode haver a tentação de que toda água doce seja privatizada, como aconteceu na República Dominicana;, concluiu.

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