Agência Estado
postado em 29/03/2018 13:26
Após ter a casa invadida e furtada na segunda-feira (26/3), em Sertãozinho, no interior paulista, a antropóloga Karis Bertuzo, mãe de uma menina com doença rara, fez um apelo nas redes sociais, destaca o jornal O Estado de S. Paulo. Ela pediu para que os ladrões devolvessem pelo menos o HD externo de um notebook que havia sido levado, onde guardava informações sobre o tratamento da criança. Ela mal acreditou quando foi atendida.
No equipamento estavam exames recentes e todo o histórico do tratamento de Luiza, de 6 anos. A garota tem uma doença que afeta o desenvolvimento neurológico e motor.
Aos 3 anos, ela apresentou perda da fala, dificuldade de compreensão, desorganização da memória imediata e problemas de coordenação motora.
A família lançou campanha pelas redes sociais e conseguiu arrecadar R$ 160 mil para levar Luiza para um tratamento com células-tronco no México.
Todo o progresso obtido, gravado em vídeos e detalhado em relatórios minuciosos, estava no HD do notebook furtado. O material também pode ser útil para a identificação da doença, ainda desconhecida.
"Sem esse histórico ficava difícil acompanhar o desenvolvimento dela e fornecer dados para a comunidade científica encontrar o diagnóstico. Quando vimos que ele tinha sido levado, entramos em desespero", escreveram Karis e o marido, o bibliotecário Marcos Bertuzo, no texto divulgado na internet.
Luiza ainda sofre distúrbios de linguagem, mas já anda de bicicleta, patinete, dança e brinca. Dentro de casa, contam os pais, ela é autônoma.
Na publicação, os pais até se dispuseram a pagar pelo resgate do HD e dos cartões de memória. "Ele pode nos ajudar a salvar a vida da Luiza", diziam.
Surpresa
Quando a campainha soou, quase à meia-noite de terça-feira (27/3), Karis foi à porta da casa sem imaginar o que seria. "Quando estávamos em campanha pela Luiza, era gente que chegava de dia e de noite, então pensei que fosse algum amigo ou parente", disse.
"Quando vi a pessoa estendendo o notebook, falei: ;não acredito;, e dei um abraço nela. Só entendi que podia ser o ladrão quando ele me disse: ;pega e entra;", descreveu.
Segundo ela, Marcos correu para checar se nada havia sido apagado. "Felizmente, estava tudo lá. Não foi mexido." O casal, agora, nem se importa em recuperar a TV e a máquina fotográfica, além de outros objetos levados no crime. "O que era essencial foi recuperado. Só temos de agradecer", diz Karis.