Brasil

Publicitário é espancado por trio na Frei Caneca, no centro de São Paulo

A Polícia Civil tenta identificar os autores do crime

Agência Estado
postado em 30/03/2018 19:06

Três homens espancaram um publicitário de 31 anos na noite de segunda-feira (26/3), na Rua Frei Caneca, símbolo da comunidade LGBT, no centro de São Paulo. Atingida por socos e pontapés no rosto, nas costas e na região da barriga, a vítima sofreu escoriações e fraturou o nariz. A Polícia Civil tenta identificar os autores do crime.

Por volta das 23h10, o rapaz saiu da casa de um amigo, percebeu que estava sendo seguido e parou na altura do número 250, segundo conta. "Corri para um prédio mais iluminado para fazer hora e esperar a pessoa passar. A Frei Caneca é muito escura", disse à reportagem. Quando fingia que estava amarrando o cadarço, um dos agressores o surpreendeu com um soco pelas costas. "Fica quieto, fica quieto", teria dito o suspeito.

A vítima tentou se defender e viu outro homem se aproximando. "Eu pedi ajuda e falei: ;Moço, estou sendo assaltado;. Ele chega e me dá um soco na barriga", relatou. "Você vai morrer", teria afirmado esse agressor. Logo em seguida, um terceiro agressor se juntou ao bando. Todos cercaram o publicitário que, mesmo caído no chão, continuou sendo espancado.

Gravado por câmeras de vigilância, o ataque durou cerca de 25 segundos. "Para mim, pareceu que foram 10 minutos. Eles me batiam e eu gritava: ;Desculpa, desculpa, desculpa;", disse. "Eu não sabia o que tinha feito, mas dizia para eles levarem o que quiser. É uma sensação de medo e de autoculpa que eu nem sei de onde vem."

Os moradores começaram a gritar "pega ladrão", diz o publicitário. Aparentemente assustados, o homens correram. Coberta de sangue, a vítima, então, pediu ajuda ao porteiro do prédio da frente e ligou para o namorado ir buscá-lo.

Os dois foram ao hospital. Na manhã seguinte, o publicitário registrou o boletim de ocorrência no 4; Distrito Policial (Consolação) e passou por exame de corpo de delito. Também vai passar por cirurgia na próxima semana por causa de duas fraturas no nariz.

Crime

Gay, a vítima acredita, por enquanto, que o ataque não foi por homofobia, mas sim uma tentativa de assalto. Segundo relata, os agressores passavam a mão por ele e procuraram objetos nos seus bolsos. Ele estava com um relógio e o celular, mas nada foi levado.

"Sobre homofobia, acredito que pode ter acontecido pela vulnerabilidade da região. Se a polícia disser que é um bando que ataca LGBTs, aí eu vou poder dizer que foi", afirmou. "Mas em nenhum momento algum deles me chamou de ;veado;, ou coisas do tipo."

Na delegacia, ele descreveu os autores do crime. Um homem negro, de cabelo crespo e de barba, com rosto fino e cerca 1,75 metro de altura, que vestia um casaco azul. Outro: um homem branco, de 1,65 metro, com cabelo raspado, de calça jeans e casaco preto. O último era outro homem negro, de 1,65 metro e barba.

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