Brasil

CNDH critica atentados à democracia e teme pelas eleições de outubro

Presidente da entidade cita diversos acontecimentos envolvendo pessoas ligadas à política ocorridos nas últimas semanas, como o julgamento e prisão do ex-presidente Lula, a execução de Marielle Franco e as declarações do General Villas Boas no Twitter

Letícia Cotta*
postado em 12/04/2018 18:40
Fabiana Severo, presidente do CNDH

Diante da atual situação política do país, com a crescente onda de violência que tem atingido figuras políticas, a presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Fabiana Severeno, expressou, nesta quinta-feira (12/4) sua preocuação com a segurança de todas as pessoas envolvidas no processo eleitoral brasileiro. Fabiana cita como exemplo de risco à democracia, o ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo Sul do país, e a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), no Rio de Janeiro, em 14 de março.
A presidente da entidade disse, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, que acredita que a tendência é que a "militarização da política" e que ela tende a piorar até outubo, quando acontece o pleito no Brasil, o que gera a preocupação da CNDH. "O Estado Democrático de Direito pressupõe um ambiente de segurança jurídica e política para que o próprio povo não perca os direitos historicamente conquistados", disse.
Além do ataque à caravana de Lula e a morte de Marielle, a presidente da CNDH disse que o julgamento e prisão do ex-presidente Lula inflamou ainda mais as opiniões nas ruas do país. Outro acontecimento preocupante, segundo Fabiana, foi as declarações do general Villas Boas, do Exército Brasileiro, em uma rede social. Para a presidente do órgão, o tom usado pelo militar foi, claramente, ameaçador "Tememos que essas ações possam alterar o processo eleitoral", disse Severo. "É um contexto de ameaça. Desde o ano passado, reunimos vários episódios. Com essa identificação da militarização, inclusive com investimentos voltados para isso, estamos invertendo recursos públicos para um viés militarizado, e não para o que consideramos que seria mais adequado em termos de políticas sociais", declara.

*Estagiária sob supervisão de Anderson Costolli

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação