Diário de Pernambuco
postado em 13/04/2018 19:42
O relato de uma jovem sobre a reação de sua família à sua descoberta como transexual viralizou no Facebook. No post, que já tem mais de nove mil compartilhamentos, a maquiadora Karen Maria Reis explica como em alguns momentos da vida passou por preconceito e situações duras, mas, quanto a seu padrasto e sua avó, os gestos e respeito a sua identidade de gênero foram naturais.
Na postagem Karen mostra seu padrasto Reinaldo, de 73 anos, que de, acordo com ela, nem mesmo gaguejou para chama-la pelo pronome feminino ou pelo novo nome. Após ser informado de que Karen ela uma mulher, ele afirmou de forma simples "Ah, mas eu já sabia, se não fosse gay, seria isso mesmo". Ela argumenta que ele não demonstrou nenhuma vergonha ao sair com ela publicamente, ação que não é compartilhada por seu pai biológico, com quem ela ainda tem problemas de aceitação.
A avó de Karen também é citada. Ela conta que ao chegar em sua casa após transição pela primeira vez, foi recepcionada de forma afetiva, já sendo chamada pelo pronome feminino e pelo nome certo.
A questão do tratamento correto e do uso do nome social ainda é um problema social, especialmente no Brasil, lugar em que o preconceito contra pessoas transexuais é grande e faz uma vítima fatal a cada 25 horas. De acordo com um estudo realizado em 2017, isso coloca o país como líder mundial em transfobia.
Um dos casos que teve grande repercussão na violência contra pessoas transgênero foi o caso de Dandara, que morreu após sofrer pauladas, espancamento e um tiro no Ceará, em fevereiro de 2017. No vídeo em que sua tortura é reproduzida, os xingamentos transfóbicos são gritados por seus violentadores enquanto ela aparece no chão, bastante machucada. O crime teve repercussão mundial e mudou a interpretação nesse crime, que passou a ser acolhido na Delegacia da Mulher do Ceará, reconhecendo a identidade de gênero da vítima.
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