Larissa Ricci/Estado de Minas, Luiz Ribeiro/Estado de Minas, Lucas Eduardo Soares*/Estado de Minas
postado em 19/04/2018 20:11
Após nove horas de julgamento, o réu Jairo Lopes, de 42 anos, foi condenado a 36 anos pelo brutal assassinato de Raiane Aparecida Cândida, de 10, em Buenópolis, que teve o coração arrancado pelo criminoso. O caso ocorreu em junho de 2016 na Região Central de Minas. O juiz Eliseu Silva Leite Fonseca o condenou por homicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Ele cumprirá a pena em regime fechado.
No final da sessão, o magistrado ressaltou que o réu teve uma conduta altamente reprovável, lembrou que foi um crime que chocou a população da cidade e de repercussão internacional. No entanto, o juiz destacou que, apesar da condenação, espera que o réu sofra por uma transformação social em benefício da sociedade. Mais de 150 pessoas gritaram, do lado de fora do júri, palavras de ordem contra o réu.
Jairo Lopes chegou ao Fórum Alfredo Machado, no Centro da cidade, acompanhado de agentes penitenciários. Jairo está detido no presídio José Martinho Drummond de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Entenda o caso
O assassinato brutal chocou a população mineira. A menina saiu de casa, na localidade de Siriema, distante 30 quilômetros da área urbana da cidade, para pegar um ônibus que a levaria à escola, em Salobro, também na zona rural de Buenópolis. Mas a garota não chegou a pegar o coletivo. O corpo dela foi encontrado dois dias depois jogado na beira de uma estrada.
Durante as investigações, Jairo confessou o assassinato. Contou que abordou a garota e caminhou aproximadamente quatro quilômetros com ela ainda viva. Quando estavam no meio de um matagal, disse que a assassinou. A menina sofreu um corte na altura do estômago e teve o coração arrancado.
O réu disse que enterrou o órgão próximo a um rio, mas não soube precisar o local. Ele contou que primeiro estrangulou a garota e depois usou uma faca para mutilá-la.
Jairo explicou que arrancou o coração da menina para se certificar da morte. O motivo, de acordo com os investigadores, era impedir que a criança denunciasse o estupro. (Com João Henrique do Vale)
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie