Agência Estado
postado em 22/04/2018 22:02
Procuradores da República no Maranhão afirmaram que o policial militar Fernando Paiva Moraes mentiu em depoimento no qual disse que foi coagido a fazer delação premiada e envolver em irregularidades o deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB). Ele está preso preventivamente desde fevereiro, alvo de operação que mira contrabando de armas, cigarros e bebidas à capital São Luiz.
De acordo com Paiva, o secretário de Segurança Pública do governo Flávio Dino, Jefferson Portela (PCdoB), teria tentado o induzir a mentir em colaboração com as autoridades em reunião no Ministério Público Federal, sem a presença de seus advogados. Ele moveu uma queixa crime contra o chefe da pasta.
Segundo o procurador Juraci Guimarães Júnior, Paiva "esteve na presença de um defensor público para assisti-lo e aí chegar a um acordo para saber o que ele tem ou não de direito". "O defensor passou de uma e meia da tarde até 10 e meia da noite".
"O MPF está muito tranquilo da legalidade que ele fez, das inverdades que foram faladas por ele e pelo advogado, que nós hoje temos a ciência que tem como finalidade tirar o foco do processo. E o processo é contrabando, organização criminosa, descaminho, porte ilegal de arma, corrupção. E já está denunciado, já encaminhado à Justiça faz três semanas, quase um mês. Esse é nosso foco."
O procurador reforça que "esses fatos são flagrantemente inverídicos e facilmente comprováveis".
A procuradora Carolina da Hora ressaltou: "Quando ele presta esse depoimento em juízo, ele falta com a verdade e tem muitos detalhes, mas falta com a verdade inúmeras vezes. Principalmente, falta com a verdade quando ele diz ao juiz como foi que ele teve acesso ao MPF".