Brasil

PF prende em São Paulo quadrilha que desviava créditos tributários da União

A 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo expediu 5 mandados de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de busca e apreensão

Jacqueline Saraiva
postado em 25/04/2018 08:10
Detalhe de blusa de agente federal
Policiais federais cumprem ordens de prisão e fazem buscas em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (25/4), em uma investigação de desvios de créditos tributários. É uma nova fase da Operação Manigância, que, segundo a Polícia Federal (PF), deve acabar, em definitivo, com a atuação do grupo criminoso que desviava e comercializava créditos tributários da União. Há indícios da manipulação de mais de R$ 300 milhões em créditos tributários.

A 5; Vara Federal Criminal de São Paulo expediu 5 mandados de prisão preventiva, 1 de prisão temporária e 5 de busca e apreensão. As buscas e prisões se concentram nos municípios de São Paulo (SP) e Bragança Paulista (SP).

A primeira fase da Operação Manigância ocorreu em 22 de março deste ano, quando os agentes cumpriram 4 mandados de prisão temporária e 14 de busca e apreensão. "Após o processamento e análise do material apreendido, a Polícia Federal cumpre hoje novas medidas cautelares, incluindo a prisão preventiva dos principais envolvidos, buscas e novo sequestro de bens", afirmou a PF em nota.

Servidora da Receita envolvida em corrupção

A investigação ocorre desde dezembro de 2016, quando a Receita Federal comunicou à PF sobre crimes que vinham sendo cometidos por uma analista tributária do órgão em São Paulo. De acordo com a PF, a servidora pública, que é acusada de corrupção passiva, inseria dados falsos no sistema de informação oficial. "Ao longo da investigação, apurou-se que a servidora teria promovido alterações nos sistemas de informação da RFB para modificar a titularidade de créditos tributários legítimos em benefício de outras empresas", explica a PF.

Créditos lícitos de grandes contribuintes eram selecionados pelos criminosos e desviados. Um falso auditor fiscal atuava em favor de empresas intermediárias geridas pelos mesmos criminosos. Após captarem possíveis interessados, os créditos eram vendidos fraudulentamente e transferidos aos beneficiários finais da fraude por meio de pedido eletrônico de compensação e restituição.

Na medida de suas participações, os presos devem responder à Justiça pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistemas de informações e estelionato.

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