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Kalil marca reunião com representantes dos professores na prefeitura

Enquanto o prefeito negocia com o Sind-Rede, servidores da educação municipal farão assembleia na Avenida Afonso Pena

Simon Nascimento* - Estado de Minas, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 25/04/2018 15:47
Ângela Dalben, Secretária Municipal de Educação, Alexandre Kalil e o Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, em entrevista coletiva na terça-feira, 24/4,após confusão entre PM e professores
O prefeito, Alexandre Kalil (PHS) e o vice-prefeito (Rede) Paulo Lamac, vão se reunir com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) nesta tarde de quarta-feira, 25/4, no prédio da administração municipal. A informação é da assessoria de comunicação da PBH.

[SAIBAMAIS]O objetivo da reunião, marcada para 14h30, é seguir as negociações com as entidades que representam os professores e demais servidores da rede de educação municipal, em greve desde o início da semana. Um encontro já foi realizado nessa terça-feira.
Também participam da reunião o Secretário Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis e a Secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben.

Após o encontro, Alexandre Kalil vai falar à imprensa sobre as negociações com a categoria.

Assembleia

Enquanto representantes do sindicato estiverem reunidos com a executiva municipal, os professores estarão em assembleia na porta do prédio da prefeitura, na Avenida Afonso Pena, hipercentro de BH. A assembleia vai traçar os novos passos do movimento e discutir as propostas enviadas pela prefeitura.

Bombas e jatos d;água

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Na terça-feira, 24/4, o protesto dos professores foi marcado por um confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar, que lançou bombas de efeito moral e jatos d;água contra os educadores e representantes do sindicato.
Em nota, a PM afirmou que dialogou com os manifestantes por uma hora e meia para que o trânsito na Avenida Afonso Pena - compeltamente interditado por manifestantes - fosse parcialmente liberado. Na conversa, a corporação diz que alertou para o fato de que o fechamento total da via causaria prejuízos a todos, inclusive àqueles que precisariam se deslocar com urgência para os hospitais da região.

;Após o diálogo, os manifestantes não atenderam ao pedido de liberação parcial e a Polícia Militar, com o intento de resguardar os direitos citados, fez uso diferenciado da força com instrumentos de menor potencial ofensivo, que promoveram a dispersão daqueles que interrompiam o trânsito da Avenida Afonso Pena;, diz o texto. Quatro pessoas foram detidas durante a ação.

O Sind-Rede, por sua vez, afirmou que a ação da PM foi após os servidores aceitarem a liberação da via. "Enquanto fomos com um grupo menor para agendar uma mesa de negociação, outro grupo ficou sentado na avenida aguardando a nossa decisão. Quando a Polícia Militar pediu para a gente liberar, já tinha sido decidido coletivamente deixar uma pista de socorro livre. Mas, em seguida veio o ataque;, argumentou Evângela Maria de Oliveira Rodrigues Alvertine, dirigente do Sindrede.
PM usou jatos d'água e bombas de efeito moral para dispersar manifestação e liberar o trânsito na Afonso Pena, durante protesto de professores na terça-feira
Com as explosões diante da sede da PBH, o prefeito Alexandre Kalil chegou a sair do prédio e questionar os policiais sobre a ação. ;Não podemos permitir a baderna se instalar propositalmente por meia dúzia de pelegos, agarrados aos cargos há anos, em detrimento do interesse de uma classe tão importante quanto a dos professores. Os mesmos estão aí há anos. Interessados em candidaturas próprias no final do ano, como é facilmente identificado;, declarou o Kalil.

Já o governador Fernando Pimentel convocou a cúpula da Polícia Militar ao Palácio da Liberdade e determinou abertura de sindicância para apurar se houve excessos na ação.
Após ouvir os estrondos das bombas, Alexandre Kalil foi até a avenida e conversou com os policiais e sindicalistas

Professores pedem unificação de carreira e reajustes

Os professores da educação infantil reivindicam a unificação das carreiras com os colegas do ensino fundamental. ;Queremos é carreira única para professores da rede municipal. Temos professora graduada em pedagogia que ganha salário líquido de R$ 752, o que está sendo descontado no salário é o plano de saúde. Não há condições de nos mantermos financeiramente com nossas despesas diárias. Então, somos submetidos a jornadas tripla de trabalho;, argumenta Evângela Maria de Oliveira Rodrigues Alvertine, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores da Rede Municipal de Educação (Sindrede).

A Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão e a Secretaria Municipal de Educação sustentam que o salário dos professores da rede infantil é de R$ 3.409,05 e de R$ 7.522,39 para o ensino fundamental. O primeiro passo para o processo de unificação, segundo as duas pastas, é a aprovação do Projeto de Lei 442/2017 que tramita na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Entre as previsões do texto está o reajuste de 15% na folha salarial dos educadores infantis que têm curso superior, o que no quadro da prefeitura abreange 70% desses professores. A proposta não agrada a toda a categoria. ;O projeto mexe um nível na nossa carreira. Lutamos para ser reconhecidos como professores municipais, com ingresso em nível superior, em nível 10;, disse Evângela Rodrigues.

Outra mudança no projeto está na emancipação das Umeis. ;As unidades da educação infantil passam a ter autonomia em relação às escolas de ensino fundamental e nessa perspectiva vamos ter diretor, vice, diretor pedagógico, além de uma caixa escolar. Isso permite, inclusive, que as próprias Umeis possam gerir os recursos no seu projeto pedagógico;, explicou a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen

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