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Edifício que desabou no centro de SP era importante exemplar modernista

Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo em 1992, o prédio não podia sofrer alterações em sua configuração externa

Agência Estado
postado em 02/05/2018 09:00
Com 24 pavimentos, planta livre, estrutura de concreto armado e com privilégio do aço em sua construção, o edifício foi um dos primeiros da cidade a exibir uma fachada formada inteiramente por esquadrias preenchidas com vidro
Quase irreconhecível nas últimas décadas, o Edifício Wilton Paes de Almeida, projeto do arquiteto francês Roger Zmekhol, foi inaugurado em 1968 e era considerado um dos mais importantes exemplares da arquitetura moderna em São Paulo. Tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp) em 1992, o prédio não podia sofrer alterações em sua configuração externa.

[SAIBAMAIS]Com 24 pavimentos, planta livre, estrutura de concreto armado e com privilégio do aço em sua construção, o edifício foi um dos primeiros da cidade a exibir uma fachada formada inteiramente por esquadrias preenchidas com vidro - uma condição propiciada pela ideia de concentrar as áreas de serviço, bem como a infraestrutura hidráulica e elétrica, no miolo do edifício.

Em seu meio século de vida, abrigou, entre 1980 e 2003, a Polícia Federal e o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Pertencia à União, mas havia sido cedido à Prefeitura.

"Em um raio de 15 quilômetros ao redor do Largo do Paiçandu existem muitas outras construções tão icônicas quanto o Wilton Paes de Almeida, muitas delas tombadas, mas igualmente afetadas pelo abandono, pela falta de manutenção e por sucessivas ocupações", afirma José Roberto Geraldine Junior, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU-SP).

Para Geraldine Junior, antes que novas tragédias aconteçam, é preciso investir em uma política urbana mais articulada e eficaz "Sem se entender, o poder público, nas suas diversas esferas e gestões, permitiu que o cenário fosse se agravando, adiando a recuperação ou mesmo uma nova destinação ao edifício, até para amenizar a precária situação habitacional no centro", diz o arquiteto.
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Igreja sob escombros

As dimensões relativamente modestas da Igreja Luterana de São Paulo, na Avenida Rio Branco, contrastam com sua relevância histórica e arquitetônica para a cidade. Em especial agora, quando se estima que ao menos 90% de sua construção tenha sido destruída pelos escombros do desabamento ocorrido nesta terça-feira, dia 1;. Foi um dos cinco prédios afetados pelo desabamento.

"Pelas imagens que vi, sobraram só a torre e parte do altar", afirma o pastor luterano Frederico Carlos Ludwig, responsável pela paróquia. "Há tempos tínhamos notado que o prédio parecia se inclinar em direção à rua. Tentamos denunciar a situação aos órgãos competentes, mas sem sucesso", diz o pastor.
Culto de domingo na igreja luterana Sao Paulo Apostolo

Primeiro templo em estilo neogótico construído na capital, primeira paróquia luterana e marco da colonização alemã, a igreja era tombada e não podia ser modificada. Projetada pelo arquiteto alemão Guilherme Von E;e e inaugurada em dezembro de 1908, contava com um único pavimento - de 465 m; de área construída -, além de uma torre com acesso frontal por meio de uma porta de madeira . Seus interiores exibiam vitrais da célebre Casa Conrado. E havia outra preciosidade guardada a sete chaves: um órgão musical construído originalmente pela Casa Walcker alemã, com 620 tubos. "O prejuízo é incalculável", lamenta o religioso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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