Brasil

Bandidos têm ordens para matar policiais no Rio, diz delegado

A orientação vem dos comandos do tráfico de drogas e também das milícias

postado em 07/05/2018 12:42
44 policiais foram mortos apenas neste ano
Em funcionamento há pouco mais de um ano e meio, o Núcleo de Investigação de Mortes de Policiais do Rio de Janeiro, sob o comando do delegado Marcelo Carregosa, da Delegacia de Homicídios, chegou a algumas conclusões. A principal delas é que há ordens de dentro dos presídios fluminenses para que criminosos matem policiais. A orientação vem dos comandos do tráfico de drogas e também das milícias.

Carregosa afirmou que a estrutura empresarial organizada pelo tráfico e pelas milícias monta um esquema de ordens para proteger as áreas em que atuam. Estas ordens variam para as distintas regiões: há locais em que a determinação é para evitar confronto, enquanto em outros é o oposto.

;O que ocorre é o seguinte: eles têm que se armar para evitar que outros criminosos entrem na área deles. Agora como eles vão reagir ao policial vai depender da ordem de quem chefia aquele local;, disse o delegado.

Carregosa disse que a tendência é só acirrar a violência no Rio de Janeiro: ;Isso acaba também aumentando muito a violência na cidade. Se você tem uma ordem de atacar os policiais, acaba aumentando muito os confrontos e todos os danos que isso pode causar;, afirmou.

Mortes

Levantamento da Agência Brasil mostra que 44 policiais foram mortos apenas neste ano - dos quais 42 militares e dois civis, inclusive um delegado e um inspetor. No último dia 3, o capitão da Polícia Militar Stefan Contreiras, de 36 anos, foi assassinado por criminosos que emparelharam uma moto com a dele.

;A hipótese mais forte é de latrocínio [matar para roubar] como também a hipótese de execução. A gente está trabalhando exatamente com esses dois lados para o crime;, disse o delegado.

Toneladas de maconha

Paralelamente às investigações de ataques e assassinatos de policiais, a Secretaria de Segurança Pública do Rio intensifica o combate ao tráfico de drogas e armas. Na sexta-feira (4), agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderam quase duas toneladas de maconha escondida no fundo falso de uma carreta que vinha do Paraná. A descoberta foi feita na rodovia Presidente Dutra (BR-116) em Itatiaia (RJ).

Os policiais faziam uma blitz e desconfiaram do nervosismo do motorista durante a abordagem. A droga estava escondida no assoalhado da carreta, onde estavam acondicionadas centenas de tabletes de maconha. O motorista, de 27 anos, confessou que entregaria a droga em Itaguaí, região metropolitana do Rio.

O caso foi encaminhado à Polícia Federal. O motorista foi indiciado por tráfico de entorpecentes, cuja pena varia de 5 a 15 anos de reclusão. Ele ficará detido enquanto aguarda julgamento.

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