Brasil

Onda de violência deixa 50 mortos em Belém; Rio tem 43 PMs executados

Especialistas acreditam que o aumento da violência no Brasil deve ser pensado como o resultado da falta de presença do estado com políticas públicas

Otávio Augusto
postado em 09/05/2018 11:35
Uma onda de violência tem assustado moradores de Belém e região metropolitana. Desde a última semana, pelo menos 50 pessoas foram mortas. As autoridades de segurança acreditam que as execuções podem estar associadas à morte da cabo da Polícia Militar Maria de Fátima dos Santos. Ela foi assassinada dentro da própria casa, na cidade de Ananindeua, distante 17km de Belém.

A situação está longe de ser pontual no Pará. No Rio de Janeiro, estado que está sob intervenção na segurança pública, o número de policiais militares mortos chegou a 42 esta semana. No nordeste, Natal e Fortaleza também amargam o aumento da criminalidade. Especialistas em segurança pública são categóricos: a violência se disseminou de forma sistêmica no país.

O governo paraense não faz relação entre as últimas mortes, embora não descarte a possibilidade. Os crimes seguem em investigação. Parte das pessoas foi morta em unidades de saúde, como postos e pronto socorros. As mortes registradas nos últimos cinco dias em Belém e região metropolitana é o dobro da média registrada por semana.

Quatro pessoas foram mortas a tiros em Belém, informou a Polícia Militar, nesta quarta-feira (9/5). Entre as vítimas estão dois flanelinhas, um ex-vereador e um homem que trabalhava em uma oficina de carros. Ainda não se sabe o que motivou as execuções.

A situação degringolou de tal forma que até aqueles que combatem a violência estão se tornando vítima dela. No Rio de Janeiro, chega=ou a 42 o número de policiais mortos no Rio. O número equivale a 31% do registrado no ano passado, quando 134 policiais morreram no estado.

O Gabinete de Intervenção Federal, criado para combater a criminalidade, garante que está tomando medidas para recuperar a capacidade operativa das instituições de segurança fluminense e consequentemente baixando dos índices de violência. ;(Reforçamos) a infraestrutura da segurança pública, com apoio das Forças Armadas e da iniciativa privada, lembramos a entrega de seis blindados, doação de 100 fuzis, 100 mil munições e cerca de R$ 2,4 milhões em equipamentos;, destaca o órgão, em nota.

Em situação semelhante a do Rio, nos quatro primeiros meses do ano Pará contabiliza a morte de 22 policiais militares. O número já é próximo ao registrado em 2017, quando morreram 34 militares, segundo a Associação de Cabos e Soldados da PM. no Ceará, foram 11. A Secretaria de Segurança Pública cearense garante que nenhum deles estava em serviço. Apesar dos índices, as secretarias de Segurança garantem que a situação está sob controle e que mantém ações para reduzir a violência.

Fortaleza é considerada a segunda cidade mais violenta do Brasil e a sétima do mundo, segundo estudo da ONG mexicana ;Seguridad, Justicia y Paz;. A organização monitora os registros de homicídios em vários países. Para classificar a violência, a ONG considera a taxa de homicídio de 2017 de cada local, considerando o número de assassinatos em proporção à população do município. Em Fortaleza, a taxa foi de 83,48 para cada mil habitantes. Em Natal, a quarta cidade mais violenta do mundo e primeira do Brasil, conforme o estudo, a taxa é de 102,56.

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