Brasil

MPF denuncia 11 brasileiros acusados de promover Estado Islâmico

Segundo a denúncia, um dos gerenciadores é de Caldas Novas, distante 310 km de Brasília. Duas pessoas estão presas preventivamente

Otávio Augusto
postado em 17/05/2018 13:37
Dois presos estão na Penitenciária Federal de Campo Grande
Onze brasileiros foram denunciados pela Procuradoria da República em Goiás (PR-GO) acusados de fazerem parte de uma organização criminosa que promove o grupo terrorista Estado Islâmico no Brasil. Eles são apontados como resposáveis por tentar recrutar pessoas para articular atentados e criar uma célula de promoção das ideias jihadistas (forma de terrorismo religioso) no país. Segundo a denúncia, um dos gerenciadores é morador de Caldas Novas (GO), município situado a 310km de Brasília. Duas pessoas estão presas preventivamente.

A denúncia se baseia em conversas em que os participantes trocavam materiais extremistas. As investigações começaram em novembro de 2016, após a Guarda Civil Espanhola avisar autoridades brasileiras sobre a existência dos grupos de mensagem com números do Brasil. Na denúncia, alguns deles, em depoimento à polícia, confessaram que faziam contato com simpatizantes do Estado Islâmico que moravam na Turquia, Síria, Líbia e até no Brasil.

Umas das conversas sugere uma ação no Rio de Janeiro inspirada no ataque à Ponte de Londres, em 2017, quando três terroristas do Estado Islâmico atropelaram e esfaquearam pedestres na capital britânica, matando oito pessoas e ferindo 48. Outra hipótese era um ataque durante carnaval de Salvador.

Sete integrantes do grupo foram detidos e prestaram depoimento sobre o caso. Além do crime de promoção de organização terrorista, cinco pessoas também foram denunciados por corrupção de menores, pois tentaram recrutar, na época, um adolescente para participar do grupo terrorista. Foram identificados integrantes do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e Rio Grande do Sul.

A pena máxima pelos crimes de promoção do terrorismo e formação de organização criminosa chega a 16 anos. A condenação por corrupção de menores pode render quatros anos de prisão. De acordo com a lei brasileira, uma organização criminosa se forma a partir de quatro pessoas. A denúncia contra o grupo foi aceita pela Justiça Federal de Goiás em 30 de abril, dando início ao processo penal.

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