Agência Estado
postado em 18/05/2018 17:53
O doleiro René Maurício Loeb, foragido da Operação Câmbio, desligo, deixou o País em um navio de luxo rumo à Alemanha. Segundo sua defesa, Loeb está "acometido por doença grave" e foi para a Europa, em 8 de abril, fazer um tratamento de saúde.
A Câmbio, desligo foi deflagrada em 3 de maio. René Loeb, de 67 anos, é alvo de mandado de prisão preventiva. Os investigadores suspeitam tenha havido vazamento da ação e ele escapou. O doleiro embarcou no porto de Santos.
Em manifestação ao juiz federal Marcelo Bretas, em 14 de maio, o Ministério Público Federal comunicou a fuga do doleiro.
"A fuga empreendida pelo investigado René Loeb, ao embarcar em cruzeiro comercial para país do qual é cidadão, corrobora sua intenção em se furtar à aplicação da lei penal, bem como evidencia concreto prejuízo à instrução criminal", afirmou a força-tarefa da Lava Jato.
A defesa de Loeb afirma que ele tem fibrose pulmonar idiopática "em estado muito avançado que, dentre outras restrições, lhe impede de fazer viagens aéreas e obriga-o ao uso contínuo de suporte respiratório artificial de oxigênio".
"O motivo da viagem foi a busca de tratamento especializado desenvolvido na Europa (Alemanha, Suíça e Itália), onde são produzidos e testados os medicamentos de ponta (pirfenex, etc.) e técnicas experimentais para tratamento da doença, enquanto que permanecendo no Brasil o tratamento seria meramente paliativo e desenganado", relatou a defesa em 7 de maio.
"Ressalte-se que o requerente é cidadão alemão e como tal pode obter benefícios do Sistema de Saúde da Comunidade Econômica Europeia."
Na avaliação dos procuradores, a declaração da defesa sobre o tratamento de saúde do doleiro não se sustenta.
"Sem especificar no requerimento referidos métodos e a efetiva submissão do requerente aos mesmos, a alegação paira em abstrato não havendo comprovação nesse sentido", aponta a Procuradoria da República.
"Em acesso à rede mundial de computadores, nada foi localizado a respeito de tratamentos inovadores no sistema europeu de saúde que não sejam realizados no Brasil. Não bastasse isso, o pedido por si só contradiz o alegado estado precário do investigado: não se concebe que um paciente em risco tão grave de vida consiga embarcar em um cruzeiro comercial, sem qualquer recurso médico específico ou cuidados diferenciados."