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Casos de mortes no Rio de Janeiro em confrontos com a polícia aumentam 46%

Roubos de cargas tiveram queda, mas a greve dos caminhoneiros pode ter influenciado

Correio Braziliense
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postado em 16/06/2018 07:00

Homens do Exército fazem operação na Cidade de Deus: 352 mortes registradas em confrontos desde março


Cento e quarenta e duas pessoas morreram em confrontos com agentes de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro em maio, terceiro mês completo em que o estado está sob intervenção federal na segurança pública. O dado é do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão subordinado à secretaria estadual de Segurança, que divulgou ontem os índices de criminalidade do mês passado. O número é 40,6% maior que o registrado em abril, quando 101 pessoas foram mortas por agentes de segurança pública, e 46,4% maior do que o registrado em maio de 2017, quando ocorreram 97 mortes. Roubos registraram queda.

O resultado do mês passado foi o quarto pior desde o início da série histórica, só perdendo para abril e maio de 2008 (período anterior à instalação das Unidades de Polícia Pacificadora), com 147 casos, e janeiro deste ano, quando 154 pessoas morreram em confrontos com a polícia. A intervenção federal começou em 16 de fevereiro. Desde janeiro, o número de mortos nesse tipo de confronto se mantém em três dígitos: 154 em janeiro, 100 em fevereiro, 109 em março, 101 em abril e 142 em maio.

Outros índices de violência registraram queda em maio. O roubo de veículos teve queda de 5,9% em relação ao mês anterior: 4.382 em maio contra 4.657 em abril. A maior queda ocorreu na região que engloba os bairros de Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo e Senador Vasconcelos, com 30 casos a menos (queda de 24%) em relação a maio de 2017. Já em São Gonçalo (região metropolitana) houve aumento de 27% (141 casos a mais), quando comparado ao mesmo mês do ano passado.

O roubo de cargas também caiu, pelo segundo mês seguido, mas pode ter ocorrido influência da greve dos caminhoneiros. Em maio, foram 752 casos em todo o estado contra 892 em abril (o que indica queda de 15,7%) e 1.240 em maio do ano passado (redução de 39%). Segundo o ISP, os dados já vinham indicando queda de 15% nas duas primeiras semanas de abril, comparadas com o mesmo período de maio. Então a influência da greve dos caminheiros pode ter sido relativa, afirma o instituto.

O roubo de rua, classificação que engloba roubo a transeunte, de aparelho celular e em coletivo, foi outro crime contra o patrimônio que apresentou redução. Foram 11.861 registros, queda de 1.972 ocorrências em relação a maio do ano anterior, uma redução de 14%. Mas, em relação a abril, houve aumento de 804 ocorrências (7,2%).

Atlas
Metade dos homicídios registrados em 2016 ocorreram em apenas 123 cidades brasileiras, aponta o Atlas da Violência 2018 ; Políticas Públicas e Retratos dos Municípios Brasileiros, do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Juntos, esses municípios representam apenas 2,2% do total de cidades. Apesar de pequenos, os números são superiores aos de 2015, quando 109 localidades respondiam por metade das mortes violentas no país. Fato que, para os pesquisadores, indica a propagação da criminalidade para cidades menores, processo que vem sendo observado por especialistas desde meados dos anos 2000.

Entre as cidades com mais de 100 mil habitantes, as mais violentas se concentram nas regiões Norte e Nordeste. No entanto, o ranking dos 309 municípios com maior taxa de mortalidade é encabeçado por Queimados, no Rio de Janeiro, com 134,9 homicídios por grupo de 100 mil pessoas.

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