Brasil

Público infantil foi o que menos se vacinou contra gripe durante a campanha

A morte por complicação da gripe em menores de 5 anos triplicou no país

Ingrid Soares
postado em 22/06/2018 19:04
Criança toma vacina da gripe
Uma rápida injeção no braço e os filhos da empresária Bárbara Teodoro, 24 anos, Aylla Fernanda Teodoro, 1 ano e Fabrício Teodoro de Souza, 3 anos e 8 meses ficaram imunes, ao menos por um ano, das complicações decorrentes do vírus da gripe. No entanto, a campanha nacional de vacinação chegou ao fim hoje (22) no país e, segundo o Ministério da Saúde, as crianças foram o público que menos registraram cobertura vacinal. Mesmo com a prorrogação da campanha, até a última atualização do órgão, 3,6 milhões de crianças menores de cinco anos ainda não haviam sido vacinadas.

Segundo a pasta, o Brasil contabiliza ainda mais que o dobro da morte de crianças menores de 5 anos por complicações relacionadas à gripe. Foram 14 óbitos em 2017 contra 44 mortes de crianças neste ano.

Em nota, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, reafirmou a importância de levar os menores de cinco anos aos postos de vacinação. ;É essencial que os pais levem seus filhos aos postos de saúde para receber a vacina e, assim, evitar as complicações do vírus. É uma forma de proteger as crianças e também o restante da população;.

O pediatra Gustavo Nicolas Medeiros alerta que a vacina é essencial para manter as crianças e adultos a salvo de complicações advindas da gripe. ;Todo ano há incidência da doença. Principalmente agora no inverno. Se diminuir a vacinação, vai aumentar a contaminação e com isso, a complicação de riscos. Os pais precisam levar as crianças para vacinar. Isso não se discute. A faixa etária para a campanha é decorrente de um estudo. Essas pessoas são mais suscetíveis a ter gravidade do quadro gripal. Tem campanhas fazendo desserviço contra, mas é uma vacina simples, que protege;.

Do público adulto, 8,6 milhões não se vacinaram. A expectativa do Ministério da Saúde era de que 54,4 milhões de pessoas fossem imunizadas.

Da parcela da população com maior cobertura da vacina contra a gripe estão os professores, com 98%, seguido pelas puérperas 96,2%, idosos 91% e indígenas, com 90,5%.

Para a semana que vem, o Ministério recomenda aos municípios que ainda tiverem doses disponíveis a ampliação da vacinação para crianças de cinco a nove anos de idade e aos adultos de 50 a 59 anos e orienta também a continuação da oferta da dose para grupos prioritários, em especial as crianças, gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, público com maior risco de complicações para a doença.


Balanço da vacina por região


Com as menores taxas de vacinação estão os estados de Roraima, com 60,4% e Rio de Janeiro, com 62,4%. O Distrito Federal, assim como Goiás, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Tocantins, Maranhão, Paraíba e Alagoas apresentam cobertura acima de 90%. Das regiões, a sudeste é a que tem menor cobertura, com 77,2%. O centro-oeste teve a melhor cobertura, com 96,5% vacinações.

Em Belém, a campanha de vacinação contra a gripe foi mais uma vez prorrogada. Prazo para encerrar a campanha tinha sido prorrogado até esta sexta-feira (22). Mas, por causa da baixa procura, vacinação segue até alcançar a meta.

Casos de H1N1


Segundo o Ministério da Saúde, até 16 de junho foram registrados 3.122 casos de influenza em todo o país, com 535 óbitos. Desses, 1.885 casos e 351 óbitos foram por H1N1. Do vírus H3N2, foram registrados 635 casos e 97 óbitos. Também foram registrados 278 casos de influenza B, com 31 óbitos e os outros 324 de influenza A não subtipado, com 56 óbitos. Entre as mortes em decorrência dos vírus da influenza, a média de idade das vítimas foi de 54 anos. Na próxima semana, está prevista a divulgação do balanço definitivo da campanha.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação