Brasil

PF prende quadrilha de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em 5 estados

Comparada a um clã, o grupo criminoso tinha membros de uma mesma família e alguns dos integrantes tinham estreito relacionamento com outros do PCC. Suspeitos ostentavam vida de luxo, impondo medo e silêncio de população

Jacqueline Saraiva
postado em 25/06/2018 10:26
Carga de drogas apreendida em ação da Polícia Federal durante a Operação Laços de Família
Mais de 200 agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas desde o começo da manhã desta segunda-feira (25/6) em uma operação contra uma organização especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, que atuava a partir da fronteira sul do Estado de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A Operação Laços de Família busca suspeitos em cinco estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.

No total, segundo a PF, devem ser cumpridos 20 mandados de prisão preventiva, 2 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão em residências e empresas, 136 mandados de sequestros de veículos terrestres, 7 mandados de sequestro de aeronaves (helicópteros), 5 mandados de sequestro de embarcações de luxo, 25 mandados de sequestro de imóveis. As ordens foram expedidas pela 3; Vara de Campo Grande.

Além drogas, cargas de produtos, caminhões, os agentes apreenderam até um helicóptero. Veja imagens da Operação Laços de Família:

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[SAIBAMAIS]Além das prisões e das buscas, a Justiça também decretou sequestro geral de todos os bens de 38 investigados, em todo o território nacional, inclusive em nome de suas empresas de fachada. Em meio às investigações da Operação Laços de Família, a Polícia Federal havia conseguido prender em flagrante seis membros da organização. Também foram apreendidos mais de R$ 317 mil em dinheiro; joias avaliadas em mais R$ 81 mil, duas pistolas, 27 toneladas de maconha, duas caminhonetes e 11 veículos de transporte de carga.

Em nota, a PF falou dos traços de "clã" que a organização criminosa tinha, com características de máfia. Isso porque entre os cabeças do crime organizado estavam membros de uma mesma família e alguns, segundo a investigação, têm estreita ligação com integrantes da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC). As penas somadas dos crimes cometidos pelos suspeitos atingem aproximadamente 35 anos de prisão.

Ostentação e uso de violência para impor silêncio

Em carretas com carga aparentemente lícita, grandes carregamentos de drogas partiam da região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai, com destino a várias regiões brasileiras. A investigação apurou que a organização criminosa recebia joias, veículos de luxo e dinheiro por meio de depósitos em contas bancárias de laranjas e de empresas de fachada, como pagamento das cargas criminosas, "que garantiam vida luxuosa e nababesca aos patrões do tráfico internacional de drogas", como descreveu a PF em nota.

A PF também destacou o modo como o grupo incutia temor e o silêncio na região, usando violência e poderio."Também eram utilizados helicópteros para transportar joias e dinheiro usados como pagamento do bando, vindos de vários pontos do Brasil", explicou o órgão.

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