Hellen Leite
postado em 03/07/2018 15:58
O soldado Leandro Prior, da Polícia Militar de São Paulo (PMSP), pediu afastamento por razões médicas após a divulgação nas redes sociais de um vídeo em que ele beija um homem.As imagens mostram Leandro fardado se despedindo de um amigo com um ;selinho; na Linha 3-Vermelha do Metrô de São Paulo. A cena foi filmada por um passageiro e divulgada nas redes sociais, gerando centenas de comentários homofóbicos. Segundo o advogado José Beraldo, que representa o PM, seu cliente recebeu diversas mensagens e ligações com ameaças de morte.
[SAIBAMAIS]As ameaças são um crime de ódio, segundo Beraldo, que descreve o estado emocional de Prior como "profundamente abalado". "Ele ficou estressado com a situação e teme pela própria vida", diz. Ainda de acordo com o advogado, algumas das ameaças vêm de outros policiais.
Em nota, a PMSP informou que o policial procurou o serviço médico da instituição e foi encaminhado para tratamento de saúde. Segundo a corporação, as ameaças feitas ao PM estão sendo apuradas e as medidas protetivas foram colocadas à disposição do soldado, que está na corporação há quatro anos.
Para o advogado José Beraldo, não há nada na atitude do PM que mereça repreensão. "Não foi um beijo lascivo, não foi atentado contra o pudor. Ele se manifestou beijando um amigo de um jeito discreto", afirma, ressaltando que seu cliente tem "conduta ilibada" na Polícia Militar.
"Há pouco tempo, ele salvou a vida de um empresário durante um assalto. A vida profissional de uma pessoa é uma coisa, a pessoal é outra, e tem que ser respeitada em sua plenitude. Ele é uma pessoa honrada que está sendo vítima de crime de ódio", acrescenta.
Segundo a PM, a conduta do policial no metrô será apurada exclusivamente sob o aspecto administrativo, "pois demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta", informou a assessoria da Secretaria de Segurança Pública.
Boletim de ocorrência
Um boletim de ocorrência foi registrado nesta terça-feira (3/7) e o caso será levado à Justiça para que o Google e o Facebook informem quem foi o autor da primeira postagem. ;Vamos pedir a obrigação da retirada do vídeo sob pena de R$ 1 milhão a título de danos morais para o Leandro;, adianta o advogado.