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Febre amarela matou 415 pessoas no Brasil nos últimos 11 meses

Dados são do Ministério da Saúde. MG, SP e RJ têm a pior situação. No Centro-Oeste, DF lidera as notificações


Entre 1; de julho de 2017 e 16 de maio deste ano, o Ministério da Saúde confirmou 1.266 casos de febre amarela no país e 415 mortes. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são as unidades da federação com mais casos. Permanecem em investigação 1.232 adoecimentos.

No DF, a Secretaria de Saúde ; responsável por fazer os registros e informar o Ministério da Saúde ; notificou 81 casos suspeitos da doença. Oito continuam em investigação e somente um foi confirmado. Em dezembro de 2017, um morador do Sudoeste morreu com a doença.

Em Goiás, o Ministério da Saúde registrou 75 casos suspeitos de febre amarela. No estado vizinho, 31 notificações continuam em investigação pelas autoridades sanitárias. Nenhum paciente recebeu o diagnóstico positivo até o momento.

DF e Goiás centralizam os casos da doença no Centro-Oeste. Mato Grosso do Sul registrou 13 casos suspeitos. Duas pessoas ainda passam por exames para detectar a infecção. Mato Grosso notificou 14 casos e nenhum ainda foi confirmado.

A situação mais crítica é a de Minas Gerais. Lá, 520 pessoas adoeceram e 177 morreram. Em São Paulo, 516 se infectaram, com 163 óbitos. O Rio de Janeiro registrou 223 doentes e 73 faleceram. O Espírito Santo e o DF registraram uma morte cada.
No ano passado (de julho de 2016 até 28 fevereiro de 2017), eram 576 casos e 178 mortes. Desde julho de 2017, casos de transmissão do vírus da febre amarela apareceram em áreas de grande contingente populacional e que não faziam parte da área de recomendação da vacina, que passou a valer para todo país.

Os sintomas da febre amarela são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos. A manifestação mais grave do mal compromete fígado e rins, provoca icterícia (olhos e peles amarelados), sangramentos e queda de pressão arterial.

As fêmeas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes são as transmissoras na área rural. Na cidade, o Aedes aegypti (o mesmo da dengue, da zika e da chicungunha) é o vetor.

Nos últimos 10 anos, 245 pessoas tiveram febre amarela no DF ; recuo de 8,5% em relação à década anterior, quando ocorreram 268 infecções. No mesmo recorte de tempo, a vacina ficou mais popular. Cerca de 2,4 milhões de habitantes receberam doses do imunobiológico entre 1997 e 2006. O número subiu para 2,8 milhões entre 2007 e 2016. Alta de 15%.

Tira-dúvidas

Quais os sintomas da doença?
Causada por vírus, caracteriza-se por febre alta, pulso acelerado, cor amarelada em virtude do acúmulo de bílis no sangue, vômito negro e lesões no fígado e nos rins, que deixam de funcionar normalmente.

Quando uma pessoa é contaminada, os sintomas aparecem depois de quantos dias?
Em torno de três a cinco dias. E de forma súbita, com febre alta e dores no corpo.

Qual o prazo que preciso esperar para ser vacinado?
Antes, a vacina era aplicada a cada 10 anos. Atualmente, o cronograma é diferente. A criança recebe uma dose aos 9 meses e o reforço aos 4 anos. Dessa forma, está imunizado para toda a vida. Os adultos que não sabem se tomaram duas doses tomam uma dose e uma década depois o reforço. Como os anticorpos do vírus atenuado do imunizante ainda circulam pelo organismo, a pessoa pode ter sintomas da doença ou encefalite. É muito pequena essa possibilidade, mas existe.

Quem não deve ser vacinado?
A vacina é contraindicada para grávidas, idosos, pessoas com HIV, pacientes com leucemia e linfoma, além de em tratamento com quimioterapia e radioterapia, e alérgicos a ovos e ao antibiótico. Mulheres que amamentam crianças com menos de 6 meses devem ser submetidas a avaliação médica para analisar os riscos e benefícios da imunização.

Por que o governo só faz campanhas quando há suspeitas de casos de febre amarela?
A vacinação é permanente. A vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de imunização, assim como o sarampo, a paralisia infantil e outras. As doses estão disponíveis nos centros de saúde, independentemente de ocorrer um surto ou não.

Fontes: Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde