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Dr Bumbum deve se entregar à polícia até amanhã, no Rio, garante advogada

A advogada de Denis Furtado, Naiara Baldanza, em entrevista ao Correio, contou o médico deve se entregar no Rio de Janeiro. Ele teve o registro profissional cassado pelo CRM-DF

Otávio Augusto
postado em 19/07/2018 14:06

Dennis, segundo sua defesa, se entregará no Rio de Janeiro

O médico Denis Furtado, conhecido como doutor bumbum, sofreu mais um revés profissional. Nesta quinta-feira (19/7), o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) cassou o registro dele. Com isso, Denis fica impossibilitado de exercer a profissão. Após a decisão, em entrevista o Correio, a advogada de Denis, Naiara Baldanza, garantiu que o médico se entregará até esta sexta-feira (20/7).

"Ele deve se entregar de hoje para amanhã (sexta-feira). O local e o horário ainda estão sendo negociados com a polícia, mas provavelmente será no Rio de Janeiro. Vamos estudar os argumentos da caçassão para analisar o que pode ser feito", disse por telefone. A polícia do Rio de Janeiro suspeita que Denis está encondido em uma fazenda em Vasssouras, no Sul do estado.

O Correio apurou que a decisão foi tomada pelo colegiado de conselheiros do CRM-DF durante reunião na última quarta-feira (18/7). Em março de 2016, ele foi alvo de interdição cautelar para o exercício da profissão, a qual foi suspensa três meses depois pela Justiça Federal, em Brasília.

"O processo ético-profissional ao qual ele respondia no CRM-DF foi concluído, com a decisão de cassação do exercício profissional, que deve ser, obrigatoriamente, submetida ao Conselho Federal de Medicina (CFM)", destaca comunidado da entidade.

Nova defesa

Naiara contou que a defesa do médico deve ficar centralizada no Rio de Janeiro. Na manhã desta quinta, o advogado Marcus Cezar Braga esteve com a delegada Adriana Belém, da 16; DP (Barra da Tijuca), que invetiga a morte da bancária Lilian Calixto, 46 anos, por complicações num procedimento estético, na madrugada do último domingo, horas após ser submetida a um procedimento estético nas nádegas.

Ele ainda não tem procuração para falar oficialmente pelo possível cliente. "Tenho contrato mensal com o Denis. Devo assumir outros processos dele aqui em Brasília. Eu também atuo no processo de cassação do registro da mãe dele (Maria de Fátima). Volto a acompanhar o caso se chegar a instancias superiores", explica Naiara.

Foragido há quatro dias, o Disque Denúncia oferece recompensa de R$ 1 mil reais por informações que levem as prisões do cirurgião e da mãe dele, Maria de Fátima, 66 anos. Ela também é médica, mas teve o registro cassado. Junto com a técnica de enfermagem Rosilane Pereira da Silva, 24 anos, eles foram indiciados por homicídio qualificado e associação criminosa. O serviço já recebeu mais de 20 ligações sobre o caso.

Segundo a advogada, Denis ainda não se apresentou à polícia por problemas de saúde. "Ele desenvolveu uma síndrome do pânico. O motivo de não se apresentar não é obstruir o trabalho da Justiça, mas proteger sua saúde. Ele está sentindo a morte da paciente como todas as pessoas", argumentou Naiara, na noite de quarta-feira (18/7).

A delegada responsável pelo caso, disse que independente da negociação Denis será preso, assim como sua mãe. ;Nós estamos, nesse momento, com equipes na rua. Podemos ter novidade a qualquer momento;, disse pela manhã, Adriana Belém.

Histórico

Há pelo menos 22 denúncias contra Denis por crimes contra o consumidor e exercício ilegal da medicina. Na do Rio de Janeiro, um homicídio em 1997, porte ilegal de arma e ameaça. Denis tem registro profissional no DF e em Goiás. Não poderia atender em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Denis é acusado da morte de Lilian. Ela teve complicações e foi encaminhada pelo próprio médico para um hospital particular, onde chegou lúcida, mas com taquicardia, sudorese intensa e hipotensão (pressão inferior à normal).

O quadro de Lilian se agravou. Ela sofreu quatro paradas cardíacas e morreu pouco depois de 1h. A hipótese inicial levantada sobre as causas morte seria embolia pulmonar, devido à aplicação do silicone. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) apura o caso.

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