Brasil

Enterrado corpo da estudante brasileira assassinada na Nicarágua

Raynéia foi sepultada vestida com o jaleco do Hospital da Polícia Nacional de Manágua, local onde trabalhava

Agência France-Presse
postado em 03/08/2018 19:11
A estudante foi assassinada na capital nicaraguense no dia 23 com um tiro no peito
Foi enterrado nesta sexta feira (3/8), por volta das 11h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, região metgropolitgana do Recife (PE), o corpo da estudante pernambucana Raynéia Gabrielle Lima, assassinada na cidade de Manágua (Nicarágua) no dia 23 de julho.

Raynéia foi sepultada vestida com o jaleco do Hospital da Polícia Nacional de Manágua, local onde trabalhava, e com um diploma da Universidade Americana em Manágua (UAM), onde estudava, datado em 24 julho.

[SAIBAMAIS]A estudante foi assassinada na capital nicaraguense no dia 23 com um tiro no peito. Segundo o reitor da o reitor da Universidade Americana (UAM), Ernesto Medina, foi disparado por um ;um grupo de paramilitares; no sul da capital Manágua, Ernesto Medina, o tiro que a matou foi disparado por um ;um grupo de paramilitares; no sul da capital Manágua.

De acordo com a Rádio Universitária do Recife, parceira da Agência Brasil, cerca de cem pessoas, entre familiares e amigos, participaram do enterro, que atraiu também pessoas que participavam de outros velórios.

O corpo de Raynéia chegou à capital pernambucana nesta madrugada, por volta das 0h30, e foi recebido, no aeroporto Internacional dos Guararapes, por representantes da Secretaria de Justiça de Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco e do Ministério das Relações Exteriores.

Crise política

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram desde abril contra o presidente Daniel Ortega que se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção. A repressão aos protestos populares já deixou entre 277 e 351 mortos, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.

O assassinato da estudante brasileira ocorreu horas depois de um fórum no qual o reitor Ernesto Medina disse que o crescimento econômico e a segurança na Nicarágua, antes da explosão dos protestos contra Ortega, em abril, ;era parte de uma farsa; porque ;nunca houve um plano que acabasse com a pobreza e a injustiça;.

Em entrevista a uma emissora de TV local, o reitor da Universidade Americana de Manágua acrescentou que as forças paramilitares ;sentem que têm carta branca, ninguém vai dizer nada a eles, ninguém vai fazer nada;. De acordo com Medina, os grupos paramilitares estão envolvidos em morte e sequestro.

O governo de Daniel Ortega foi acusado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh) pelos assassinatos, maus tratos, possíveis atos de tortura e prisões arbitrárias ocorridas em território nicaraguense.

Recomendações

Desde o início da crise no país, o Ministério das Relações Exteriores orienta que brasileiros não viajem à Nicarágua. Se a viagem for inevitável, o Itamaraty sugere as seguintes recomendações:

- Evite participar e aproximar-se de manifestações;

- Evite deslocamentos desnecessários. Caso seja necessário fazer um deslocamento, esteja acompanhado ou passe por vias com policiamento;

- Manter em dia e válido o passaporte para uma eventual saída emergencial do país;

- Carregue sempre uma cópia do passaporte ou de um documento de identificação válido. Mantenha uma cópia também no correio eletrônico;

- Avise pessoas próximas (parentes e amigos) sobre a localização e meios de comunicação;

- Evite viajar para o interior do país e o deslocamento por estradas para fora da capital, que têm sido bloqueadas por criminosos armados.

* Colaborou Rodrigo Mesquita, da Rádio Universitária do Recife

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação