Brasil

Após 5 meses de investigação, mãe de Marielle diz confiar na Justiça

Marinete foi ao papa para contar a história da filha e ganhou um terço do pontífice

postado em 09/08/2018 18:02
Marinete Silva concedeu coletiva na OAB do Rio de Janeiro
Às vésperas de completar cinco meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), a mãe dela, Marinete Silva, disse hoje (9/8) que confia na Justiça. Seis dias depois de se reunir com o papa Francisco, ela afirmou que acredita que as investigações mostrarão os responsáveis pela execução da vereadora e também do motorista Anderson Pedro Gomes.

;Eu estou acreditando muito nessa equipe [de investigadores] e nós vamos chegar em quem planejou porque não adianta falar hoje, depois de cinco meses, quem praticou [o crime], isso não vai nos consolar, mas sim quem planejou, quem está por trás de tudo isso;, afirmou Marinete Silva.

[SAIBAMAIS]No último dia 2, Marinete Silva e um grupo de brasileiros se reuniram com o papa Francisco, na Sala Santa Marta, na residência oficial do pontífice. O encontro foi organizado por movimentos sociais para falar sobre violações de direitos humanos.

No encontro, Marinete Silva presenteou o papa com uma camiseta com a fotografia de Marielle Franco. Francisco retribuiu entregando um terço para a mãe da vereadora e todos os presentes.

;Ele [Papa Francisco] queria conhecer a história dessa mulher [Marielle Franco] que está movendo o mundo de uma forma legal e transparente.;

Investigações

Para a mãe da vereadora, a afirmação do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sobre a dificuldade de esclarecer o assassinato ante o ;envolvimento de políticos e agentes do Estado; é uma indicação de que as autoridades dispõem de informações concretas sobre suspeitos.

;Evidentemente, ele [Jungmann] deve ter alguma coisa de concreto em cima disso, mesmo sem citar diretamente. Nós vamos esperar. A investigação continua. Ele acha que, em pouco tempo, teremos uma resposta e é isso que eu espero também;, disse Marinete Silva.

Emocionada, ao lado de ativistas de direitos humanos, a mãe da vereadora disse que a morte da filha pode ser resumida em um único sentimento: dor. ;Marielle foi calada de uma maneira brutal, que eu acho que foi a única forma de calar aquela negra que chegou ao poder no enfrentamento. Esses cinco meses são muito dolorosos, até por que nós não temos uma resposta direta. É dor, muita dor. É profundo, não dá para mensurar.;

Assassinato

Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça e seu motorista Anderson Gomes atingido por três balas. Eles estavam saindo de um evento político-cultural, no bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro, quando foram mortos, em 14 de março deste ano.

Câmeras de segurança flagraram os carros e os suspeitos. Porém, as investigações ainda não foram concluídas. Ontem Jungmann reconheceu que ;agentes do Estado; e ;políticos; estão envolvidos no crime. Também admitiu dificuldades nas apurações. No sábado (11/8), completa 150 dias da morte da vereadora e do motorista.

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