Brasil

'Quer me matar': jovem morta em Palmas relatou medo do namorado a uma amiga

Patrícia Aline Santos, encontrada morta na quinta-feira em um matagal na capital de Tocantins, enviou as mensagens pelo WhatssApp dias antes de ser assassinada. Suspeito está foragido

Philipe Santos*
postado em 10/08/2018 10:29
Patrícia Aline Santos foi encontrada morta na quinta-feira
A Polícia Civil de Palmas está à procura de Iury Italu Mendanha, namorado e principal suspeito da morte de Patrícia Aline Santos, 29 anos. A jovem foi encontrada morta, com marca de tiro no corpo, em um matagal próximo a um shopping da capital de Tocantins, na quinta-feira (9/8).

No último dia 31, Patrícia enviou mensagens a uma amiga pedindo socorro e afirmando
que o namorado queria matá-la. As mensagens vieram a público após o corpo da vítima ser encontrado.
Nelas (veja abaixo), Patrícia pede ajuda: "Amiga, vem aqui em casa! Corre! Yure quer me matar! Corre! Amiga, pelo amor de Deus, me ajuda", diz a jovem. A troca de mensagens indica que o suspeito entrou na casa dela, mas acabou saindo, dando chance a ela se abrigar na casa de uma vizinha.

Dias depois desse episódio, porém, Patrícia desapareceu e acabou sendo encontrada já morta. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Palmas tenta esclarecer as circunstâncias em que se deu a morte. A principal linha de investigação é a de feminicídio, cometido com arma de fogo.
Patrícia Aline Santos, encontrada morta na quinta-feira em um matagal na capital de Tocantins, enviou as mensagens pelo WhatssApp dias antes de ser assassinada. Suspeito está foragido

OAB manifesta preocupação

Dados do Tribunal de Justiça do Tocantins apontam que, no estado, 7.314 casos de crimes contra a mulher foram ajuizados de janeiro de 2017 a julho deste ano. Somado isso a morte de Patrícia, a Comissão da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados do Brasil do Tocantins (OAB-TO) emitiu, no início desta sexta-feira (10/8), uma nota pública manifestando preocupação com feminicídio no estado.

;A OAB Tocantins acredita que a redução da violência passa pela mudança da cultura do ódio, do desprezo ou do sentimento de perda da propriedade sobre as mulheres. Em uma sociedade marcada pela desigualdade de gênero, a Advocacia tocantinense se coloca ao lado da sociedade para construir soluções;, diz trecho do texto.
* Estagiário sob supervisão de Humberto Rezende

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