postado em 26/08/2018 12:48
Pelo menos 16 universitários e três documentaristas, entre eles uma brasileira, foram detidos de "forma arbitrária" nesse sábado (25) pela polícia da Nicarágua. Ele foram presos quando se dirigiam à cidade colonial de Granada para participar de uma passeata contra o governo.
As 19 pessoas foram detidas na estrada de San Marcos, no departamento de Carazo, quando viajavam para Granada, onde está sendo realizada uma marcha antigovernamental, informou a Coordenadoria Universitária pela Democracia e a Justiça (CUDJ), que faz parte da opositora Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia, a contraparte do governo no diálogo para solucionar a crise nacional.
A fonte indicou que, entre os detidos, se encontra a documentarista de origem brasileira Emilia Mello e seus colegas nicaraguenses Arielka Juárez e Ronny Cajina.
A Polícia Nacional da Nicarágua ainda não se manifestou em relação a essa denúncia. A CUDJ publicou em sua página do Facebook o momento em que foram retidos e tiveram seus pertences revistados por agentes policiais enquanto solicitam ajuda.
"Condenamos a detenção ilegal e exigimos sua libertação imediata", afirmaram representantes do grupo.
Desde o último mês de abril, milhares de nicaraguenses saem às ruas para protestar contra o presidente Daniel Ortega, no marco de uma crise que deixou entre 322 e 448 mortos, conforme organismos humanitários internacionais e locais, enquanto o governo reconhece 198 falecidos e denuncia uma tentativa de golpe de Estado.
As manifestações contra Ortega e sua mulher, a vice-presidente Rosario Murillo, começaram devido a fracassadas reformas da seguridade social e se transformaram em um movimento que exige a renúncia do presidente, depois de 11 anos no poder, em meio a acusações de abuso e corrupção.