postado em 28/08/2018 10:02
Cento e oitenta e sete venezuelanos deixaram, nesta terça-feira (28/8), a capital de Roraima, Boa Vista, com destino a Manaus (65), João Pessoa (69) e São Paulo (53) em busca de novas oportunidades.
Esse é o primeiro grupo dessa sexta etapa do processo de interiorização dos migrantes que cruzaram a fronteira do país, fugindo da crise político-econômica da Venezuela.
Ao todo, ao longo da semana, serão 278 pessoas transferidas em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Na próxima quinta-feira, 60 deles serão levados para a cidade paranaense de Goioerê, 25 para o Rio de Janeiro e quatro para Brasília.
Entre abril a julho deste ano, 820 pessoas foram transferidas de Roraima para sete cidades. A maior parte deles (287) foi encaminhada para centros de acolhimento em São Paulo.
A previsão da Casa Civil da Presidência da República, que tem coordenado a ação, é que, somando os meses de agosto e setembro, a interiorização inclua outros mil venezuelanos. De acordo com o órgão, em setembro, cerca de 400 pessoas devem ser transportadas a cada semana.
Alternativa
A transferência para outras cidades acontece de forma voluntária como uma alternativa para os migrantes que estão vivendo em situação de extrema vulnerabilidade.
A partir da manifestação das cidades que disponibilizam espaços para acolher estas pessoas e do perfil desses abrigos, são identificados os que têm interesse em participar do processo.
Todos os venezuelanos que migram para outras cidades recebem vacina e são submetidos a exame de saúde. A situação deles no país também é regularizada e os migrantes passam a ter CPF (Cadastro de Pessoa Física) e carteira de trabalho.
A ação tem sido feita em parceria entre o governo e organismos internacionais ligados às Nações Unidas, como as Agências para Refugiados (Acnur) e para as Migrações (OIM), além do Fundo de População das Nações Unidas (Unfa) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
De acordo com a Casa Civil, ainda antes do embarque dos refugiados, os órgãos envolvidos no processo, as autoridades locais e a coordenação dos abrigos definem estratégias para garantir o atendimento de saúde aos refugiados, a matrícula das crianças em escolas nas cidades, a garantia de um reforço para o ensino da Língua Portuguesa e cursos profissionalizantes.
Outra medida é voltada para o setor privado que têm sido motivado a absorver a mão de obra refugiada.