Rodolfo Costa
postado em 28/08/2018 20:52
O emprego das Forças Armadas em Roraima pelo presidente Michel Temer ajuda, mas não resolve o problema. É o que avalia o senador Romero Jucá (MDB-RR), presidente nacional da legenda e ex-líder do governo no Senado. Para o parlamentar, a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) garante apenas patrulhamento nas ruas, mas não o controle da segurança pública no estado.
[SAIBAMAIS]Embora não tenha declarado explicitamente o desejo de uma intervenção federal na segurança pública nos moldes da instituída no Rio de Janeiro, Jucá frisou que o uso das Forças Armadas não garantem controle dos presídios e das investigações policiais. ;Agradeço a GLO. Ela ajuda, mas não resolve o problema. Porque a GLO quer dizer patrulhamento nas ruas. Não quer dizer controle da penitenciária. Não quer dizer investigação, controle da penitenciária. Não quer dizer nenhum tipo de ação que tenha consequência no processo de aplicação da lei. Simplesmente é um sistema de garantia inicial através de rondas e da presença militar;, declarou, em um vídeo publicado nas redes sociais.
Candidato à reeleição ao Senado, Jucá atacou com declarações a governadora de Roraima, Suely Campos (PP). Ainda que sem citar o nome dela, disse que o governo perdeu ;completamente; o controle da segurança pública no estado. ;Entra quem quer e sai quem quer nas penitenciárias. Tivemos entre 100 a 200 presos fugindo em um mês. Mata-se todos os dias dezenas de jovens na periferia. A situação de insegurança é total;, criticou.
O presidente do MDB continuou os ataques à gestão de Suely na segurança. Frisou que o ;caos; na penitenciária que, segundo ele, está sob controle das facções, não é de hoje. ;E não tem nada a ver com os venezuelanos. Isso vem há três anos e acontece cada vez em escalada maior. O governo do estado faliu e perdeu a condição de comandar a segurança no estado;, disse.
Para Jucá, a decisão de Temer em decretar o emprego das Forças Armadas é uma sinalização de que a pressão dele está surtindo efeito. Na segunda-feira (27/8), ele abandonou a liderança do governo no Senado. ;O governo federal está suprindo uma necessidade porque o governo do estado (de Roraima) não tem condição de fazer nada. Perdeu o controle da cidade. Os criminosos mandam e as facções barbarizam. Detêm o controle da penitenciária há muito tempo e o governo fica olhando inerte sem tomar nenhuma providência;, criticou.