Brasil

Fim de infecções reduz custo em R$ 1,2 bilhão

Segundo o Ministério da Saúde, o projeto tem o objetivo de salvar 8,5 mil vidas nas UTIs dos hospitais públicos e também reduzir os gastos das internações

Agência Estado
postado em 01/09/2018 11:40

A redução das ocorrências de infecção hospitalar influencia diretamente a vida dos pacientes e os custos das unidades, afirma o Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o projeto tem o objetivo de salvar 8,5 mil vidas nas UTIs dos hospitais públicos e também reduzir os gastos das internações em até R$ 1,2 bilhão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que as Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde (Iras) são os eventos adversos que mais matam nos serviços de saúde no mundo.

Em Santo André, na Grande São Paulo, uma das UTIs do Hospital Estadual Mário Covas recebeu o treinamento e já está há seis meses sem casos de infecção por ventilação mecânica e há cinco meses sem registros de infecções do trato urinário nem sanguíneas, segundo Rodrigo Brolo, gerente de qualidade e processos do hospital. O resultado é expressivo. "No ano passado, tivemos entre duas e três por mês", conta.

Enfermeira da UTI, Daniele Alves Scatolin, de 35 anos, trabalha no hospital há nove meses e diz que se sentiu premiada com a capacitação. "O treinamento me ajudou muito, porque a gente percebeu que não precisa de tecnologia para envolver a equipe, mas sim comprometimento. Falo que recebi um troféu, não só como profissional, mas como pessoa. A gente pode fazer o melhor para dar assistência segura para o paciente. O bom de ter hospitais de ponta é a troca de experiências e o aprendizado. É possível fazer a diferença no SUS."

A enfermeira do controle de infecção hospitalar do hospital Gisele Ribeiro, de 34 anos, diz que os profissionais estão mais atentos. "Os nossos recursos são os básicos, mas, agora, temos uma equipe atenta aos pequenos detalhes, como cobrar a higiene das mãos de todos."

Padronização

No Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal (RN), o conhecimento já está sendo replicado entre os alunos de Medicina. "Temos uma grande presença de estudantes e residentes", diz a médica cardiologista intensivista Eliane Silva, de 51 anos, que trabalha no local há 20 anos. Ali, a revisão nas práticas também é passada para os familiares. "Existe uma maneira correta de lavar as mãos, com tempo de fricção, e a gente sabe que a prática tem de ser feita por quem visita."

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