Agência Estado
postado em 02/09/2018 20:02
A professora Maria Ildonei de Lima Pedra, de 70 anos, ex-diretora da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), foi encontrada morta com perfurações no corpo, na casa em que morava, na noite deste sábado, 1º, em Campo Grande, capital do Estado. A Polícia Civil acredita que a militante tenha sido assassinada com golpes de um crucifixo metálico de 25 cm encontrado sobre o cadáver, com a ponta quebrada. O corpo tinha perfurações no pescoço e no tórax e havia um terço sobre a região lombar.
Conforme a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), um filho da professora foi até a casa, no Jardim Leblon, após os familiares darem pela falta dela durante o dia. Ele encontrou o portão aberto, mas a casa estava fechada. O corpo estava caído no chão da cozinha e havia roupa espalhada pelo quarto, mas nada de valor foi levado do imóvel. Vizinhos já ouvidos pela polícia relataram não terem visto movimentação estranha na casa no período em que a mulher teria sido assassinada. A polícia ainda investiga o crime e não descartou a hipótese de latrocínio - roubo seguido de morte.
Militante histórica da educação e dos direitos das mulheres, Maria Ildonei compôs a diretoria da Federação dos Trabalhadores em Educação durante cerca de 20 anos. Ela foi secretária-geral adjunta da entidade por dois mandatos, o último na gestão passada. Atualmente, estava à frente da direção do hotel de trânsito da federação. De acordo com a presidente em exercício, Sueli Veiga, Maria Ildonei não tinha inimigos. "Ela era sempre a primeira a chegar e trabalhava com afinco. Era uma pessoa alegre, extrovertida, querida por todos e que, mesmo aposentada, continuava ativa na luta", disse.
A Federação publicou nota de pesar e luto pela morte da militante, lembrando que ela "sempre esteve envolvida com as causas da categoria". O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também divulgou nota de pesar e cobrou "justiça por mais esta barbárie". O corpo de Maria Ildonei foi sepultado, na tarde deste domingo, 2, no Cemitério do Cruzeiro, em Campo Grande.