Brasil

Crise contribuiu para o aumento do contrabando, diz professor da FGV

Mercado ilegal chega a movimentar a economia de municípios na fronteira do Brasil com demais países na América do Sul

Renato Souza
postado em 04/09/2018 09:45
Professor Luciano Godoy, da Escola de Direito da FGV/SP, Coordenador do Estudo sobre
Todos os dias, toneladas de produtos ilegais entram pela fronteira do Brasil. De toda a mercadoria que ingressa no país por meio do contrabando, cerca de 50% são referentes ao cigarro. Fora esse item, eletrônicos, roupas, alimentos e até armas de fogo chegam em território nacional por áreas de divisas com outras nações da América do Sul.

Tudo isso vai parar no comércio ilegal e engana consumidores e causa prejuízo aos cofres públicos. O professor Luciano Godoy, professor de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e coordenador do Centro de Estudos de Direito Econômico e Social (Cedes), afirma que esse prejuízo é bilionário. "O prejuízo é de R$ 10 bilhões por ano. Isso somente por meio de dados conhecidos. Tem uma grande parte deste mercado ilegal que não podemos contabilizar. Se ocorresse ações de combate a esse crime, parte deste dinheiro voltaria para a sociedade", afirma.

O especialista ressaltou, nesta terça-feira (4/9), durante o Correio Debate: 10 Medidas Contra o Mercado Ilegal, promovido pelo Correio Braziliense e patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco), que a crise econômica que afetou o país, aprofundou o problema. "A crise fez com que o contrabando aumente no Brasil; Temos muitas cidades na região de fronteira que a economia local é movida pela entrada e saída de produtos ilegais. Se não ocorrer um plano econômica nestas localidades, como incentivo ao empreendedorismo, será difícil resolver a situação. Muitas vezes é preso o transportador, com uma pequena quantidade de produto ilegal. O cabeça do esquema fica solto", destacou.

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