Brasil

'Crime faz dupla subtração dos recursos públicos', diz delegado da PCDF

Fernando César Costa, titular da Decor, defende medidas de repressão e integração entre polícias para combater grupos criminosos

Renato Souza
postado em 04/09/2018 11:40
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O combate as organizações criminosas é um desafio de décadas para as autoridades brasileiras. O Distrito Federal não está imune a atuação de grupos organizados que espalham a violência e causam enormes prejuízos aos cofres públicos. Financiadas pelo tráfico de drogas e pelo contrabando, organizações criminosas criam grandes estruturas para manter o lucro e o poder em determinadas regiões.

[SAIBAMAIS]O delegado Fernando César Costa, da coordenação de combate ao crime organizado, contra a administração pública e a ordem tributária (Cecor), da Polícia Civil do DF, afirma que é necessário destacar que além dos prejuízos causados pelo crime organizado durante os atos delituosos, é necessário contabilizar o que o estado gasta com o combate a esses grupos.

De acordo com o delegado, mudanças no sistema de repressão são necessárias. "As organizações criminosas fazem uma dupla subtração dos recursos públicos, pois o estado também gasta na repressão. Isso é preciso entrar na conta. Só o contrabando causa um prejuízo de R$ 370 bilhões", afirmou.

Fernando destacou, no seminário Correio Debate, realizado pelo Correio Braziliense pára discutir ações contra o mercado ilegal, que apesar da lei prever punições consideradas satisfatórias, existem atenuantes legais que facilitam a reincidência de criminosos. "O crime de contrabando tem uma pena que vai de 4 a 10 anos de cadeia. Mas na prática isso resulta de oito a vinte meses de encarceramento. Oito a vinte meses de prisão é suficiente para coibir alguém de cometer um delito? Nós temos legislação suficiente sim. Mas precisamos implementar de maneira efetiva de aplicar a pena que já está aposta. Temos audiência de custódia, sigilo bancário, telefônico, que dificultam a produção de provas", completou.

Ele também criticou a falta de integração entre órgãos públicos, em especial as instituições policiais. "Não dá mais para conviver com a falta de uma identidade única, com a Polícia Civil com um sistema informatizado de ocorrências e a Polícia Militar, aqui dentro do DF com outro, sem nenhuma ter acesso a outra. Essa integração supera a escassez de recursos, tanto no serviço público quando na iniciativa privada", disse.

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