Peritos da Polícia Federal estiveram nesta terça-feira (4/9), pela primeira vez no interior do Museu Nacional, da UFRJ, que foi destruído por um incêndio na noite de domingo (2/9). Segundo os peritos, enquanto as investigações não estiverem concluídas, ninguém pode entrar no prédio nem remexer os escombros para não apagar eventuais pistas que possam ajudar a esclarecer a tragédia.
[SAIBAMAIS]Além disso, permanece o risco de desabamento de estruturas internas do Palácio São Cristóvão, segundo confirmou a Defesa Civil.
A fachada, que é parcialmente feita de pedra e tem um metro de espessura, está segura. Mas gradis e estátuas, por exemplo, podem cair. O colapso do telhado poderia afetar a estabilidade das imagens.
A vice-diretora do museu Cristiana Serejeiro explicou também que, como se trata de um museu, não é recomendável que qualquer pessoa tente remexer os escombros e retirar eventuais peças do acervo que tenham sobrevivido ao fogo. Segundo ela, uma empresa especializada deverá ser contratada para a função. "É praticamente um trabalho de arqueologia", disse.
Mais cedo, no entanto, antes da interdição total feita pela Polícia Federal, algumas poucas peças tinham sido resgatadas por funcionários e bombeiros, como um quadro do Marechal Rondon, que estava no hall do museu, meteoritos, dois vasos de cerâmica e fragmentos de crânios humanos. "Não sabemos se trata-se do crânio de Luzia, mas temos esperança", explicou a vice-diretora.
Além disso, explicou Cristiana, alguns acervos do museu que ficavam em prédios anexos, foram preservados, num total de um milhão e seiscentos mil itens. Entre eles, os 500 mil volumes da biblioteca (com 1.560 obras consideradas raras), a coleção de botânica (com 550 mil peças), o acervo de vertebrados (de 460 mil itens) e pelo menos 150 mil invertebrados.