Brasil

Tratamento de câncer no privado e público é heterogêneo, diz especialista

O membro da Sociedade Brasileira de Oncologia, Daniel Marque, destacou a importância do diagnóstico precoce no tratamento da doença

Ingrid Soares
postado em 25/09/2018 19:05
Correio Debate - Oncologia.
Durante o Correio Debate cujo o tema é ;Oncologia no Brasil - Inovação no Tratamento e no Diagnóstico do Câncer;, o membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) Daniel Marques ressaltou a diferença entre os tratamentos oferecidos no SuS e no sistema privado de saúde. ;É heterogêneo. O sistema público acaba diagnosticando mais tarde, com a doença já avançada. Já o privado tem mais acesso, descobre mais cedo e tem melhores condições de tratamento;.

[SAIBAMAIS]Para Marques, há cinco vertentes no tratamento oncológico: Prevenção, diagnóstico, tratamento, pesquisa e suporte. ;Para se prevenir, é necessário rastrear e realizar exames como mamografia, papanicolau e exame retal. Também mudar o estilo de vida e buscar informação. No diagnóstico, temos exames como a biópsia que auxiliam a detectar o tipo de doença;, ressaltou.

Ele destacou que o sistema público precisa de um diagnóstico mais rápido. ;Tem que ampliar a prevenção, acesso a diagnóstico com mais atenção na saúde básica, exames de rastreamento, investir na mudança de hábitos de vida da população e em tratamentos mais modernos, além de construir soluções voltadas para a realidade no nosso país e do Sus baseada na ampliação de recursos e melhorar o sistema de gestão;.

O pesquisador do INCA e da Fiocruz, Martin Bonamino, falou sobre as novas terapias e os desafios de custos para tratamentos contra o câncer. Segundo ele, os arsenais de remédios ficaram mais abundantes, mais efetivos, mas também mais caros. ;Temos um desbalanço no que se gasta no setor público, que é cerca de 46%, contra o que é gasto no setor privado, que é de 54%.A segregação de tratamentos infelizmente é uma realidade. Apenas os mais ricos têm acesso a tratamentos mais tecnológicos. O processo de tratamentos mais avançados no sistema público é demorado e é um grande desafio;, completa.

Um dos tratamentos, com anticorpos de bloqueio de checkpoint imunológico, que permite o início da resposta imune e previne o aparecimento de autoimunidade, tem um custo de R$ 200 mil a R$300 mil por paciente. Nos Estados Unidos, a terapia genética aprovada para comercialização chega a U$ 475 mil.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação