Brasil

Presídio federal de Brasília vai funcionar com 25% da capacidade

Das 208 celas individuais disponíveis, apenas 52 serão usadas pelos detentos, considerados os mais perigosos do país

Walder Galvão - Especial para o Correio
postado em 17/10/2018 06:00
Faltam funcionários para que o local opere com 100% da capacidade
Inaugurado ontem, o presídio federal de segurança máxima de Brasília funcionará com menos da metade da capacidade máxima. Das 208 celas individuais disponíveis, apenas 52 serão usadas pelos detentos, considerados os mais perigosos do país. Por motivos de segurança, eles não terão a data de chegada à penitenciária revelada. A justificativa para o funcionamento de apenas um dos quatro blocos do complexo, de acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, é a falta de efetivo para atuar dentro do lugar.

O ministro explica que seriam necessários 250 agentes para que o presídio funcionasse com 100% da capacidade. No entanto, a Lei de Responsabilidade Fiscal impede que ocorra mais contratações este ano para completar o quadro de funcionários. ;Toda a obra do complexo está finalizada. Ele entrará em funcionamento total gradativamente. Tudo, também, dependerá da próxima gestão;, informou o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Tácio Muzzi.

No total, a obra custou R$ 40 milhões. Ela começou em 2013 e deveria ser inaugurada em 2014, porém, a construtora responsável faliu e, entre idas e vindas, a finalização do projeto ocorreu este ano.

O presídio está instalado na mesma área do Complexo Penitenciário da Papuda. Os internos ficarão isolado em um espaço de 6m;, com uma estrutura de cama de concreto armado, duas prateleiras, pia e vaso sanitário. O local fica em um espaço aberto, sem qualquer tipo de moradia ao redor. Cercas com arame enfarpado e torres de vigia fazem parte do cenário do lugar.

Críticas


Esse é o quinto presídio de segurança máxima do país. Quando ele estiver funcionando com capacidade máxima, o Brasil terá 1.040 vagas disponíveis para detentos considerados perigosos. Jungmann reclama que não há investimento governamental nos presídios federais e estaduais do país.

;O Sistema Prisional Brasileiro é comandado por facções, que controlam o crime na rua;, acusa o ministro. De acordo com ele, o funcionamento dos presídios estaduais é falho e os detentos não têm garantia de sobrevivência, fazendo com que eles se aliem a grupos criminosos, em busca de proteção dentro e fora das penitenciárias. Ele defende que as normas são falhas e que permitem a comunicação dos presos com pessoas fora do presídio, assim, fomentando o crime. Jungmann destaca que as visitas íntimas, de familiares e de advogados permitem essa troca de informações.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação