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Menino de 9 anos leva arma do pai para escola, dispara e fica ferido em MS

A pistola .40 estava na lancheira do garoto e disparou acidentalmente em sua perna esquerda. Não houve mais vítimas

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 18/10/2018 19:17
Ilustração de revólver em fundo preto
Na última quarta-feira (17), uma criança de 9 anos levou a arma do pai para a escola e disparou contra si mesmo em Campo Grande. O menino acertou acidentalmente a perna esquerda com uma pistola .40 e não feriu mais ninguém. A Polícia Civil do Mato Grosso do Sul investiga se houve negligência do pai, que trabalha na área de Segurança Pública, em permitir que o garoto saísse de casa com a arma registrada legalmente.

Em nota, o Colégio Adventista Jardim dos Estados, instituição onde o menino estuda, informou que ele foi hospitalizado e que apresenta estado de saúde estável sem risco de morte. A escola afirmou também que lamenta o ocorrido e trabalha junto à polícia para ajudar nas negociações, além de prestar assistência necessária à criança e à família.

Segundo a Polícia Civil, se comprovada a negligência, o pai do aluno responderá por omissão de cautela. De acordo com o artigo 13 do Estatuto do Desarmamento, o responsável que "deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que um menor de 18 anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo" pode pegar pena de um a dois anos de prisão, além do pagamento de multa.

O delegado que cuida do caso afirmou que não se sabe os motivos de a criança levar a arma para a escola. O autor do disparo e outros colegas de sala serão ouvidos pela polícia. "Algumas crianças disseram na escola que também não viram nada. Estamos nos baseando na materialidade do que aconteceu", disse.

O menino estava na primeira carteira, de frente para a professora e, ao colocar a mão dentro da lancheira, encostou no gatilho e acabou disparando. "O que será investigado agora é se houve negligência do pai, se ele deixou a arma, registrada no nome dele, de forma acessível para o menino pegá-la facilmente", afirma o delegado.

O pai de um colega de classe do autor do disparo, cuja identidade não foi revelada, contou ao jornal Extra que as crianças estavam na aula de geografia quando escutaram um forte estrondo. Após o tiro acidental, o garoto gritou de dor, o que causou desespero nos demais alunos. A professora foi quem o socorreu rapidamente.

De acordo com o depoimento prestado, a professora declarou que não viu a arma, que se encontrava dentro da lancheira do garoto. Além da bolsa, a cadeira onde o menino estava sentado também foi atingida pelo disparo.

Veja na íntegra a nota emitida pela escola onde ocorreu o disparo:

;O Colégio Adventista Jardim dos Estados informa que na tarde desta quarta-feira, 17, um aluno do ensino fundamental, sem consentimento e conhecimento dos pais e da própria escola, entrou com uma arma, dentro da sua lancheira. Esta, ainda ali, disparou, atingindo o membro inferior do próprio aluno.
Imediatamente, foi chamado socorro médico para o aluno e os demais colegas foram encaminhados para outra sala, onde ficaram em segurança.
A escola lamenta o ocorrido e está prestando a assistência necessária à criança, à família e à polícia na investigação.
A segurança e bem-estar emocional dos alunos é preocupação primordial neste momento.
As aulas devem seguir normalmente a partir de amanhã. Os alunos que presenciaram o ocorrido e todos os que sentirem necessidade terão atendimento psicológico.
O estado de saúde do aluno é estável e não corre nenhum risco.
O colégio está à disposição dos pais e alunos para mais esclarecimentos."

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