Otávio Augusto
postado em 07/11/2018 16:13
Nove policiais militares de Goiás, sendo sete soldados e dois tenentes, foram presos nesta quarta-feira (7/11), suspeitos de torturar, matar e ocultar o cadáver de Pedro Henrique Rodrigues, 22 anos. Ele desapareceu após uma abordagem dentro da casa onde morava em 15 de agosto.
A ação coordenada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás determinou a prisão temporária dos suspeitos por 30 dias.
Outros dois policiais são também são investigados. Ontem, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, autorizados pela Justiça Militar, para recolher computadores e aparelhos celulares. A identidade dos envolvidos não foi divulgada.Pedro foi preso em 2017 e respondia em liberdade suspeito de tráfico de drogas.
O advogado dos policiais, Tadeu Bastos, nega qualquer envolvimento dos militares no caso. Segundo ele, a abordagem na casa de Pedro Henrique foi absolutamente normal e se tratava de uma denúncia de disparo de arma de fogo. Agora, ele pedirá a revogação da prisão.
;Nos causou estranheza as prisões porque os esclarecimentos já estão sendo prestados. Os policiais negam qualquer envolvimento em uma ação que tenha levado a morte deste rapaz;, explica Bastos ao Correio.
Desde a abordagem policial, a coorporação abriu um inquérito policial militar para apurar o caso e afastou os envolvidos do serviço operacional. No início desta tarde, eles foram encaminhados ao presídio Militar de Goiânia.
Desaparecimento
Pedro Henrique desapareceu em 15 de agosto. A esposa dele, Islla Tamires Tavares de Melo, contou em depoimento, que os policiais invadiram a casa da família com a justificativa de que ele teria roubado um carro dias antes e procurando uma suposta arma usada no crime, mas não encontraram nenhum objeto.
Ela contou aos investigadores que os policiais torturaram Pedro e o colocaram desmaiado dentro do carro da corporação. ;A gente estava dormindo, quando eu abri a porta do quarto eles (policiais) já estavam aqui dentro. Eles viram que não tinha nada, eu implorei, e eles pediram que a gente se retirasse lá para fora. Aqui (no quintal), eles levaram nós dois para sermos encostados na parede", contou, em depoimento.
Islla detalhou como a suposta tortura aconteceu. "Pegaram meu balde de roupa suja, encheram de água e enfiaram a cabeça dele dentro e dava choque nele. Aí subiam em cima das duas pernas dele, pulavam em cima da cabeça dele;, contou à polícia.