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Delegado: empresário se sujou de sangue e trocou de roupa após matar Daniel

Segundo depoimentos, o assassino confesso do jogador teria comprado roupas novas e despejado as vestes sujas e a faca utilizada no crime em um riacho

Philipe Santos*
postado em 09/11/2018 21:04
Delegado do caso ouviu depoimentos dos suspeitos ao longo da semana
Logo após matar e desovar o corpo de Daniel Freitas, ex-jogador do São Paulo emprestado ao São Bento, o empresário Edison Brittes ficou com as mãos e roupas sujas de sangue, e retornou para a cidade de São José dos Pinhais (PR) onde comprou novas vestes. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (9/11) pelo delegado à frente do caso, Amadeu Trevisan.
[SAIBAMAIS] O corpo da vítima foi encontrado em um matagal próximo à região. "Quando ele estrangula e mata o Daniel, Edison fica com as mãos sujas de sangue, retorna ao carro e vai para cidade. Ele para em uma determinada loja e dá dinheiro para o David, que compra roupas novas para ele. Em seguida, os dois dispensam a roupa suja e a faca em um riacho", detalhou Trevisan.
Além de David William Villero Silva, 18, estavam com Edison no carro Eduardo Henrique Ribeiro da Silva, 19, primo de Cristiana Brittes, e Igor King, de 20. Todos eles estão presos e, assim como a família Brittes, responderão por homicídio qualificado. David e Igor prestaram depoimentos nesta sexta.
Trevisan já sabe que o primo de Cristiana foi o único a descer do carro no local onde o corpo foi encontrado decapitado. "Eles [Deivid e Igor], inclusive, estão relatando que participaram das agressões e acompanharam Edison até onde houve a execução. Mas eles negam que desceram do carro, e afirmam que foram proibidos por Edison de descer do veículo", conta.
Segundo o que foi relatado ao delegado, Edison e Eduardo retiraram o corpo de Daniel do veículo. "Os outros não observaram o que aconteceu. Tudo aconteceu atrás do carro e eles estavam sentados. Alegam eles que ficaram com medo, porque Edison disse que se eles vissem alguma coisa teriam o mesmo fim de Daniel", relata.

As testemunhas contaram que o ex-jogador ainda estava vivo nesse momento e murmurava algumas palavras. "Com certeza Daniel estava vivo e tentava falar alguma coisa. Depois eles só ouviram algum som, como se ele estivesse sido estrangulado", diz.
O investigador espera ainda o laudo da perícia feito no local do crime para saber se os jovens falam a verdade. "Essa perícia que vai dizer o que realmente aconteceu, além dos depoimentos", acredita.

Depoimentos

Eduardo foi preso em Foz do Iguaçu (PR), na quarta-feira (7/11), e será transferido para São José dos Pinhais para ser ouvido até segunda-feira (12/11). O delegado não pretende colher outras declarações de Edison.
Como antecipou o Correio nesta quinta-feira (8/11), outro depoimento que deve ocorrer no decorrer da próxima semana é de uma testemunha que afirmou não ter havido tentativa de estupro, como argumentava o assassino confesso. Edison teria chamado Daniel para ter relações sexuais com Cristiana.
Segundo Trevisan, essa pessoa já foi identificada e será ouvida. "Vamos ver a importância que isso tem para os autos. Porque vocês imaginem que, nesse momento, existem muita especulação e a polícia funciona como filtro para tudo isso", pondera.
Sobre a motocicleta de Edison que foi apreendida nesta sexta-feira, que está em nome de um traficante condenado e preso, o delegado disse que a moto passará por uma perícia para verificação.
* Estagiário sob supervisão de Anderson Costolli

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