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Presos policiais mineiros envolvidos em tiroteio com paulistas em MG

Informação ainda não foi confirmada pelos órgãos oficiais. Três policiais mineiros estavam sendo investigados após o episódio, que deixou dois mortos

Cristiane Silva/Estado de Minas, Lucas Girardi/Estado de Minas
postado em 12/11/2018 11:34
Tiroteio ocorreu em um estacionamento em Juiz de Fora
Os policiais civis mineiros que se envolveram em um tiroteio com outros de São Paulo, da mesma corporação, foram presos nesta segunda-feira. A informação foi obtida nesta manhã pela equipe da TV Alterosa de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e confirmada pela Polícia Civil por meio de nota.

;(...) nesta segunda-feira (12), foram presos três policiais civis de Minas Gerais, que serão transferidos para a Casa de Custódia, em Belo Horizonte. O procedimento tramita em segredo de Justiça, portanto, não é possível que a instituição repasse detalhes do trabalho investigativo;, informou a corporação.

A investigação é presidida pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Minas, junto aos promotores de Justiça de Juiz de Fora e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Belo Horizonte.

O caso ocorreu no dia 19 de outubro e envolveu policiais e empresários de Minas Gerais e São Paulo. No local, foram apreendidos R$ 14 milhões em notas falsas. Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. O empresário do ramo de segurança Jerônimo da Silva Leal Júnior, que teria sido contratado para fazer a escolta de um executivo paulista e foi baleado durante a transação suspeita, morreu em um hospital de Juiz de Fora.

O que já sabemos sobre o caso

; Em 19 de outubro, houve tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo, no estacionamento de um condomínio de consultórios que faz ligação com o Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, na Zona da Mata.

; Na troca de tiros, o policial civil de Minas Rodrigo Francisco, de 39 anos, morreu. Duas pessoas ficaram feridas. Um deles, Jerônimo Silva, que morreu ontem, depois de seis dias de internação, era dono de empresa de segurança particular que acompanhava o grupo de São Paulo e irmão de um dos policiais paulistas envolvidos no caso. O outro ferido, Antônio Vilela, empresário de Juiz de Fora que estaria transportando R$ 14 milhões em notas falsas, recebeu alta e foi preso

; O confronto ocorreu em meio a uma transação suspeita entre Vilela e Flávio Guimarães, empresário de São Paulo. As apurações dos investigadores indicam que policiais de Minas Gerais estavam apoiando o empresário mineiro, enquanto os de São Paulo garantiam a segurança do empresário paulista

; Até o momento, a investigação aponta que o tiro que matou o policial saiu da arma de um segurança particular que acompanhava o grupo do empresário paulista com nove policiais do estado vizinho, incluindo dois delegados

; Quatro policiais paulistas, sendo dois delegados e dois investigadores, foram autuados por lavagem de dinheiro. As prisões em flagrante foram convertidas para preventivas em uma audiência de custódia. Todos foram transferidos para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem

; Três policiais de Minas foram autuados por prevaricação e liberados depois de assinar termo em que se comprometem a comparecer a audiência em novembro

; Do mesmo grupo de São Paulo, outros cinco policiais foram ouvidos e liberados.

; O empresário Flávio Guimarães fugiu da cena e se apresentou na segunda-feira (dia 22) em São Paulo. Ele negou que estivesse transportando dólares e disse que estaria no local para tomar empréstimo. Indicou ainda que não sabia que havia policiais na escolta

; O empresário de Juiz de Fora que participaria do negócio, Antônio Vilela, foi baleado no pé. Ele recebeu alta na noite de domingo (dia 21) e ficou a cargo do sistema prisional

; Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) designou uma equipe para acompanhar as apurações. Dois promotores de Juiz de Fora e outros três ligados ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecco)

; A Ouvidoria de Polícia de São Paulo enviou ofícios para a superintendência da Polícia Federal (PF) do estado e para o Ministro de Segurança, Raul Jungman, para que a PF acompanhe o caso

; A Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) assumiu as investigações policiais para apurar os crimes cometidos. Além disso, apura, em âmbito administrativo, a conduta dos policiais mineiros.

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