Renato Souza, Marília Sena*
postado em 14/11/2018 06:00
Uma peça publicitária do governo federal no Facebook causou polêmica e foi alvo de críticas de internautas nas redes sociais. A postagem, relacionada à campanha Novembro Azul, na página Governo do Brasil, foi acusada de usar linguagem inapropriada e desrespeitosa ao alertar os homens sobre os riscos de câncer no pênis. O texto afirma que ;a falta de higiene faz muito macho ser obrigado a amputar o pênis;. Outro trecho diz que ;coisa de macho é ter um tumor no pênis porque não lava com água e sabão;.
Alguns usuários da rede afirmaram que o discurso se baseou em deboche, além de mostrar falta de respeito com o público-alvo. ;Como homem me sinto ofendido. Peço mais respeito com o gênero por parte do governo federal;, comentou um internauta.
Algumas pessoas concordaram com a peça, afirmando que nela não havia nada de agressivo. O governo respondeu alguns comentários ressaltando que o tom adotado na campanha tinha a intenção de alertar sobre a importância da prevenção do câncer.
O chefe do Departamento de Urologia da Universidade de Brasília, Eduardo Ribeiro, afirma que as informações da campanha estão corretas, porém, o governo errou no tom. ;O Brasil é um dos campeões em câncer de pênis, e a causa realmente é falta de higiene, ou mesmo fimose;, explicou.
De acordo com Ribeiro, o câncer de pênis tem relação com a realidade social de alguns homens. ;A maioria dos que adoecem é pobre e não tem instrução sobre higiene íntima.; O médico citou uma peça publicitária veiculada pela Sociedade Brasileira de Urologia em 2007 para mostrar que o alerta pode ser mais suave e eficaz. Nela, há uma foto do ex-jogador Zico segurando um sabonete ao lado da frase: ;Câncer de pênis zero. Água e sabão é a melhor prevenção;.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência informou que ;a linguagem adotada busca provocar reflexão e incentivar a população masculina a cuidar da saúde;. ;Ressaltamos que a intenção era estimular a conscientização sobre o tema;, completou.
*Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo