As imagens de uma briga entre detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiás (GO) caíram nas redes sociais nesta quarta-feira (21/11) e movimentaram a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária do estado (DGAP-GO). As cenas são fortes. O Correio teve acesso ao vídeo, gravado supostamente com o aparelho celular de um dos internos, mas, devido ao conteúdo extremamente violento, optou por não publicar o conteúdo, em respeito aos leitores.
Nas imagens é possível ver um homem, identificado como Walisson Ramos de Brito, deitado no chão, apanhando de outros internos. Em um minuto, vários socos e pontapés são desferidos contra a vítima, que não reage. Um dos presos ordena que o jovem não grite. Em outro momento, um homem pergunta se ele "sabe porque está apanhando". Em meio à sessão de golpes, Walisson responde: "Não sei, não. Me fala".
Apesar de o vídeo ter sido divulgado nesta semana, a DGAP-GO afirma que o caso ocorreu no dia 27 de outubro último. Segundo a diretoria, dois detentos assumiram ser mandantes das agressões: Edson Ferreira da Silva e Flávio da Silva. Apesar disso, uma sindicância foi instaurada para investigar a motivação do ataque.
Em dado momento, como mostra as filmagens, os agressores, armados com pedaços de madeira, levaram o rapaz para o fundo da cela. O objetivo é fugir dos olhares dos agentes penitenciários. Porém, por meio de nota, a DGAP afirma que os guardas de plantão logo tomaram conhecimento da agressão. Segundo o documento, eles tiveram de usar "armamentos menos que letal para conter a violência".
Walisson recebeu atendimento médico e foi transferido para a Casa de Prisão Provisória (CPP), também em Aparecida de Goiânia. Os outros detentos continuam na Central de Triagem do Complexo Prisional de Aparecida.
Nove mortos em rebelião
Em janeiro, detentos do regime semiaberto da mesma unidade de internação fizeram uma
rebelião e atearam fogo em colchões do local. Nove presos morreram, outros 14 ficaram feridos e 96 fugiram do presídio. Alguns corpos foram carbonizados. Os feridos receberam atendimento médico e retornaram para a unidade logo em seguida.
Segundo as forças de segurança de Goiás, a causa da rebelião foi briga entre facções.
Cinco dias após o caso, a Justiça Federal em Goiás determinou que presídios do estado tivessem
limitação da quantidade de presos, que os detentos mais perigosos fossem transferidos e que fossem feitas obras para garantir condições adequadas ao presídio.