Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Manchester, Leeds Beckett University, Universidade de Lancaster e Edith Cowan University, na Austrália, revela que um terço dos estudantes britânicos que se declaram lésbicas, gays e bissexuais tentou suicídio. Foram ouvidos 707 jovens com idade média de 23 anos. Destes, 119 se declararam homossexuais.
A pesquisa foi publicada na revista "Archives of Suicide Research" e traz dados assustadores em relação à discriminação sofrida por jovens homossexuais. De acordo com os pesquisadores, os estudantes dessa população correm um risco muito maior de sofrerem automutilação e tentativas de suicídio do que os heterossexuais.
O comprometimento da autoestima é apontado como fator resultante da discriminação sofrida por homossexuais. "A saúde mental dos jovens é uma preocupação nacional e este estudo confirma que lésbicas, gays ou bissexuais jovens têm índices elevados de suicídio e autoflagelação em comparação com jovens heterossexuais", afirmou Elizabeth McDermott, da Universidade de Lancaster.
Dos alunos homossexuais que completaram um questionário online, 65% realizaram automutilação não suicida ao longo da vida em comparação com 41% dos estudantes heterossexuais. Segundo a pesquisadora Elizabeth McDermott, as autoagressões mais registradas são cortes na pele, arranhões, queimaduras e overdoses.
Ainda de acordo com o estudo, 35% dos estudantes admitiram pelo menos uma tentativa de suicídio. Alunos heterossexuais que deram essa informação representam 14% dos entrevistados.
O coautor do estudo, Peter Taylor, da Universidade de Manchester, afirma que está surpreso com os resultados. "Surpreendentemente, há poucos dados sobre os mecanismos psicológicos que podem explicar a associação entre ser lésbica, gay ou bissexual e autoflagelo em estudantes no Reino Unido", conclui.