Fernando Jordão
postado em 05/12/2018 17:51
O diretor do Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal da Prefeitura de Osasco, Fábio Cardoso, disse nesta quarta-feira (5/12) que o cachorro que morreu após ser agredido pelo segurança de um supermercado, na semana passada, chegou ao Centro de Controle de Zoonoses da cidade "quase em choque". Ainda segundo o diretor, a equipe foi chamada para atender "um animal vítima de atropelamento".
"Ele estava bastante machucado, sangrando muito, mas chegou vivo. A equipe de emergência já estava a postos, ele entrou no centro cirúrgico, mas não chegou a ser operado, porque acabou morrendo antes", detalhou Cardoso.
Em nota (confira a íntegra abaixo), o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal descreve que o cachorro deu entrada no local, no último dia 28, consciente "em decúbito lateral (deitado de lado), mucosas anêmicas, hipotensão severa (pressão baixa), hipotermia intensa, hematêmese (vômito com sangue) e escoriações múltiplas". "Apesar do tratamento instituído o animal veio a óbito", acrescenta a nota.
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Na terça-feira (4/12), a apresentadora e ativista Luisa Mell chegou a questionar o resgate feito pela zoonoses, afirmando que ele não teria sido "adequado". O diretor explicou que existem duas maneiras de fazer o atendimento. "A primeira é usando um laço. Como o animal estava ferido, ele, naturalmente, começou a avançar. Então, os agentes decidiram usar outra ferramenta de contenção, visando a proteção do animal e do profissional: o cambão, que acaba elevando o nível de estresse", pontuou.
Cardoso afirma ainda que, após o animal ser contido, os agentes utilizaram uma faixa para conter os sangramentos. Questionado sobre se o resgate poderia ter contribuído de alguma forma para a morte do animal, o diretor foi enfático: "Claro que não".
Ele também acrescentou que a equipe foi chamada para atender um animal vítima de atropelamento. O nome da pessoa que realizou a chamada foi registrado e entregue à polícia. "Depois de três dias é que chegaram as primeiras informações de que ele poderia ter sido vítima de espancamento e envenenamento", disse. Porém, Cardoso afirma ainda não ser possível dizer se o animal foi mesmo envenenado, o que deve ser esclarecido apenas em um inquérito policial que foi instaurado.
Exatamente por conta do tempo transcorrido entre o resgate e o surgimento de evidências de que o caso se tratava de uma ocorrência policial, o corpo do animal acabou sendo cremado. "Esse é um procedimento padrão em todas as zoonoses do país. É uma orientação da Vigilância Sanitária. O animal não pode ser enterrado ou levado para aterros para evitar a transmissão de doenças", conclui Cardoso.
Leia a nota do departamento na íntegra:
"Em resposta à nota divulgada pelo Hipermercado Carrefour, esclarecemos que o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal esteve no local em atendimento à solicitação da Central 156 (Protocolo 2726381), cadastrada às 9h24 do dia 28/11/2018, para prestar atendimento a um cachorro ferido e sangrando. O comparecimento da equipe no local da ocorrência foi por volta das 10h.
A equipe esteve no local e constatou a existência de um animal de espécie canina com sangramento intenso. O manejo foi realizado por um oficial de controle animal qualificado e o animal foi encaminhado ao departamento para atendimento emergencial.
O animal deu entrada consciente no departamento em decúbito lateral (deitado de lado), mucosas anêmicas, hipotensão severa (pressão baixa), hipotermia intensa, hematêmese (vômito com sangue) e escoriações múltiplas. Apesar do tratamento instituído o animal veio a óbito.
Em 1;/12/2018, o Departamento de Fauna e Bem-Estar Animal passou a receber informações que se tratava de um caso de maus-tratos e foi iniciado a apuração do caso com solicitação de inquérito policial.
O inquérito policial está sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Osasco. Somente o inquérito poderá indicar as causas da morte e a quem cabe a responsabilidade."