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Justiça determina interdição de penitenciária de segurança máxima em MG

Um detento ficou ferido após tentar fugir do local. É a segunda vez neste ano que a Justiça interdita a penitenciária

Eduardo Oliveira/Estado de Minas
postado em 25/12/2018 18:03
Um detento ficou ferido após tentar fugir do local. É a segunda vez neste ano que a Justiça interdita a penitenciária
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) determinou nessa segunda-feira (24/12) a interdição total da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde um detento ficou ferido durante a madrugada após uma tentativa de fuga.

A portaria que determina a interdição foi assinada pelo juiz Titular da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri. De acordo com ele, o fechamento da unidade se dará enquanto não houver reposição do quadro de agentes de segurança prisional, que atualmente é de 600 profissionais.
"Fica ainda proibida a admissão e matrícula de novos presos, salvo se provenientes da Polícia Federal", escreveu. Ainda conforme o documento, a determinação da Justiça acontece devido às más condições de acautelamento dos presos e da superlotação.
O juiz pediu ainda que fossem intimados o Ministério Público (MPMG), a Defensoria Pública, a Secretaria de Administração Prisional (Seap) e a direção da penitenciária.

A Seap afirmou que recebeu a notificação e que cumprirá as determinações judiciais. Conforme a secretaria, "está em andamento um processo seletivo para o cargo de agente de segurança penitenciário".

Ainda segundo a Secretaria, "o Complexo Penitenciário Nelson Hungria é uma das unidades prisionais do Estado que mais receberam investimentos ao longo deste ano".

De acordo com a pasta, foram entregues 26 computadores, quatro banquetas detectoras de metais e mais 40 rádios digitais que somaram aos já existentes. "Também já está contratada a empresa que realizará a instalação de equipamentos de monitoramento por imagens no complexo. Além das novas viaturas, armamentos e reformas prediais", afirmou a secretaria, em nota.

2; interdição em 2018

Esta é a segunda vez que a Justiça de Minas Gerais determina a interdição da Penitenciária Nelson Hungria em 2018. No último dia 27 de abril, o mesmo juiz Wagner Cavalieri pediu a interdição parcial do complexo até que o número de presos fosse inferior a 2 mil. Naquela data, cerca de 2.300 pessoas estavam presas no local.
Na época, o juiz pontuou: ;Espera-se que não seja necessária a ocorrência de um banho de sangue ou de rebeliões para que algo de concreto seja feito pelo Poder Executivo, seja no sentido de abrir novas vagas no sistema prisional, seja no sentido de recuperar o número necessário de agentes de segurança;.
Reportagem do Estado de Minas ; jornal dos Diários Associados ; daquele período destacou que cerca de 580 agentes atuavam na Nelson Hungria, sendo que há dois anos eram 780. O ideal para atender às 1,6 mil vagas seriam pelo menos 1 mil servidores do sistema penitenciário.
* Com informações da Agência Estado

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