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Ministério da Saúde descarta suspeita de peste bubônica no RJ

De acordo com nota enviada pela pasta, o quadro clínico apresentado pelo paciente não se enquadra na doença.

postado em 15/01/2019 14:00

foto do hospital Dr. Luiz Palmier, onde um paciente estava internado com suspeita de peste bubônica em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro

O Ministério da Saúde descartou a suspeita de peste bubônica no município de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com nota enviada pela pasta, o quadro clínico apresentado pelo paciente não se enquadra na doença.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do município, o paciente não apresentou quadro clínico característico da doença, mas a bactéria responsável pela peste teria sido identificada em um exame preliminar feito pelo município.

O Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN), do estado do Rio, refez a análise e identificou a bactéria Morganella morganni ; um micro-organismo amplamente distribuído no meio ambiente, que não causa infecções em indivíduos com boa imunidade. Em pessoas com comprometimento imunológico, pode causar infecções do trato respiratório, urinário e infectar feridas.

Já a peste bubônica, mais conhecida popularmente como ;peste negra;, é uma doença infecciosa aguda transmitida principalmente por picada de pulga infectada. O agente etiológico é uma bactéria Gram-negativa - Yersinia pestis.

De acordo com o médico infectologista Leandro Machado, é possível identificar uma bactéria por meio da coleta de amostras do organismo suspeito. A chamada "técnica de coloração" espalha as bactérias em uma lâmina, onde são fixadas e coloridas, e depois o responsável as identifica pela morfologia e coloração.

"É possível confundir, e isso vai depender de quem está avaliando. Mas, existem os testes, justamente, para descartar uma ou outra. Só que, entre essas duas existe uma grande diferença. Apesar de serem Gram-negativo, uma é em formato de bastão, enquanto a Morganella é um bacilo", explicou o especialista. "Mas, o mais importante é que a paciente está tratada e que iniciaram logo o tratamento", disse.

Como a bactéria causadora da peste tem um formado "espectral", ou seja, há vários espectros, é preciso tratar o paciente suspeito com rapidez, antes que a situação se agrave. "Há três tipos: a forma bubônica, septicêmica e pneumônica. Esta última é a mais grave, e se não entrar em até 15h com antibiótico, a vítima pode morrer", disse Machado.

A única forma de prevenção é evitar o contato com roedores silvestres. Apesar de apresentar três formas clínicas (bubônica, pneumônica, e septicêmica), a primeira é a mais comum, e provoca febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa, falta de apetite, vômitos e outros sintomas. O tratamento é feito a base de antibióticos.

O último caso registrado, até então, foi em 2005, no Ceará e evoluiu para a cura. Desde o ano 2000, não há nenhum caso sobre a doença no país.

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