Brasil

Brumadinho: Vale diz que bloqueios judicais não são necessários

Empresa rebate bloqueios de R$ 11,8 bilhões realizados pela Justiça para reparação dos danos causados às famílias e ao meio ambiente

Renato Souza
postado em 28/01/2019 15:41
Empresa rebate bloqueios de R$ 11,8 bilhões realizados pela Justiça para reparação dos danos causados às famílias e ao meio ambiente
A mineradora Vale do Rio Doce, responsável pela barragem que se rompeu em Brumadinho-MG, e até agora deixou 60 mortos e 292 desaparecidos, se manifestou, nesta segunda-feira (28/1), contrária aos bloqueios judiciais bilionários que foram autorizados pela Justiça. Em nota ao Correio, a empresa afirma que "tais bloqueios não são necessários".

A resposta da empresa ocorreu em decorrência dos questionamentos da reportagem sobre um eventual recurso ao Poder Judiciário, que deve ser enviado em breve. Até o momento, foram bloqueados R$ 11,8 bilhões da companhia. Deste total, R$ 5 bilhões foram bloqueados a pedido do Ministério Público de Minas Gerais - exclusivamente para garantir a recuperação dos danos causados as vítimas. "A Vale entende que tais bloqueios não são necessários, uma vez que não se eximirá de suas obrigações de atendimento emergencial da população e reparações devidas", informou a empresa.

Em outra nota, a assessoria desautoriza o advogado Sergio Bermudes, que em entrevistas à imprensa disse que "não houve negligência, imprudência, imperícia" da empresa em relação ao rompimento da barragem.

Bermudes também disse que não cabe renúncia da diretoria da instituição. Ele também rebateu as declarações da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que durante um evento em São Paulo afirmou que executivos da empresa podem ser responsabilizados. ;O que nós queremos é dar uma resposta muito mais célere do que conseguimos dar no casos anteriores. Existe um culpado, e mais de um culpado. Me parece que há uma cadeia de responsabilidades a ser esclarecida e bem definida para que todos os envolvidos neste caso sejam efetivamente responsabilizados;, destacou a procuradora-geral.

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