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Saúde de MG emite alerta sobre riscos à saúde por contato com rejeito

a secretaria publicou uma nota com orientações para que a população não consuma alimentos que tiveram contato com a lama, inclusive embalados e enlatados, evitem contato com a água do Rio Paraopeba atingida pelos rejeitos, tanto para ingestão quanto para recreação, e que não pesquem nem consumam os peixes do rio

Agência Estado
postado em 29/01/2019 15:40

a secretaria publicou uma nota com orientações para que a população não consuma alimentos que tiveram contato com a lama, inclusive embalados e enlatados, evitem contato com a água do Rio Paraopeba atingida pelos rejeitos, tanto para ingestão quanto para recreação, e que não pesquem nem consumam os peixes do rio

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) emitiu um alerta para a população sobre os possíveis riscos à saúde pelo contato com os rejeitos de mineração provenientes do rompimento da barragem da Vale ocorrido na última sexta-feira (25/1). A pasta informou que já recolheu amostras do material para verificar a presença de metais pesados e que monitora a situação dos bombeiros que atuam nas buscas pelas vítimas. Em nota, a mineradora disse que o material não é tóxico.

Na noite desta segunda-feira (28/1), a secretaria publicou uma nota com orientações para que a população não consuma alimentos que tiveram contato com a lama, inclusive embalados e enlatados, evitem contato com a água do Rio Paraopeba atingida pelos rejeitos, tanto para ingestão quanto para recreação, e que não pesquem nem consumam os peixes do rio. As informações foram reproduzidas nas redes sociais.

A pasta orienta ainda que, caso apresente sintomas como: vômitos, coceira, tontura, diarreia, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima e informar sobre o contato com o material.

"Sabe-se que esse material pode trazer complicações alérgicas, respiratórias e outros tipos de problemas, inclusive alterações e distúrbios mentais, por serem metais pesados. Em Mariana, os dois compostos (predominantes) eram o arsênio e níquel. Agora, coletamos mais de 40 amostras de água e de lama para ver qual é o composto prioritário e prever o que pode acontecer do ponto de vista de saúde", explica Bernardo Ramos, assessor estratégico da SES-MG. Segundo ele, a medida é preventiva.

A Vale informou que a substância não é tóxica. "O rejeito é formado por sílica, ou seja, basicamente terra, portanto não é tóxico, afirmou, em nota.

Ramos diz que, nesta segunda, teve início um trabalho nas comunidades ribeirinhas da região não só para oferecer informações sobre os riscos de contaminação, mas para verificar as condições de saúde da população.

"Começamos uma busca ativa de moradores para verificar as pessoas atingidas direta e indiretamente. Estamos vendo o risco de contaminação, se tem algum problema de saúde descontrolado e os cartões de vacinação, apesar de muitos terem sido perdidos na tragédia. Nesse caso, estamos fazendo a revacinação."

As equipes estão orientando que os moradores evitem água de poços irregulares. "Tem o real risco de contaminação do lençol freático."

A secretaria também está acompanhando a situação dos bombeiros que atuam nas operações de resgate de vítimas. "Todos os nossos bombeiros estão sendo monitorados frequentemente, caso tenham alguma infecção e intoxicação, mas até o momento, não tivemos episódios relacionados a bombeiros."

Outra preocupação da pasta é com os militares israelenses que chegaram para ajudar nos trabalhos no local. Segundo Ramos, a situação vacinal é o ponto que mais está sendo observado. "Estamos fazendo uma checagem rigorosa para saber se estão vacinados, principalmente contra a febre amarela."

Hospitalizados


Vítimas resgatadas com vida foram encaminhadas para o Hospital João 23, em Belo Horizonte, e, até as 12 horas desta terça, três pacientes do sexo feminino, de 15, 22 e 43 anos, e um homem de 55 anos continuavam internados. Uma mulher de 59 anos que passou mal por causa do desastre também foi hospitalizada.

Duas mulheres, de 65 e 59 anos, e dois homens, de 33 e 19 anos, receberam alta. Um paciente de 55 anos foi transferido para outro hospital.

Segundo o hospital, ligado à Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), algumas das vítimas chegaram a engolir a lama, mas foi em pequena quantidade. Outras também apresentaram irritação nos olhos "sendo necessário um exame mais minucioso por não estarem enxergando direito".

De acordo com a diretoria da unidade, as duas primeiras vítimas atendidas no local chegaram em estado grave, uma delas com múltiplas fraturas na pelve e no tórax. A outra tinha uma fratura do cotovelo, lesões de partes moles e hipotermia.

Depois, chegaram mais dois pacientes, um com escoriações na face e outro com trauma abdominal leve. Uma quinta vítima foi levada com traumatismo craniano.

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