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Binóculos e área morna: saiba os trabalhos dos voluntários em Brumainho

Bombeiros cadastraram cerca de 60 pessoas, entre moradores da cidade do desastre e do Paraná, para auxiliar nas operações

Gabriel Ronan - Estado de Minas, João Henrique do Vale/Estado de Minas
postado em 30/01/2019 19:39
Bombeiros cadastraram cerca de 60 pessoas, entre moradores da cidade do desastre e do Paraná, para auxiliar nas operações
Depois de ganhar apoio das forças militares de Israel, o Corpo de Bombeiros, nesta quarta-feira, ganhou um novo aliado na busca pelos desaparecidos da tragédia de Brumadinho: os primeiros voluntários. No total, 58 pessoas, entre moradores da cidade e também do Paraná, trabalham sob coordenação da corporação. Segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, os ajudantes utilizam binóculos para identificar corpos na área morna, isto é, entre a lama e a mata.

;Contamos hoje com o início das atividades de 58 voluntários. Eles ficaram na área morna, que o linear entre a área inundada e a mata das imediações. Eles fazem um trabalho com binóculos, percorrendo o espaço e verificando se há algum vestígio de algum corpo. Amanhã eles iniciam os trabalhos a partir das 8h;, detalhou Aihara.

Desde o rompimento da barragem da Mina Córrego Feijão, na última sexta-feira, um grande número de voluntários foi para Brumadinho para tentar ajudar nas buscas pelas vítimas da tragédia. Porém, eles foram impedidos de atuar, devido aos riscos dos trabalhos em meio ao mar de lama de rejeitos.

Mesmo assim, não arredaram o pé da cidade. Como o Estado de Minas mostrou nesta semana, muitos ficaram abrigados em barracas de lona ou em espaços como a Estação Conhecimento (Centro Cultural da mineradora Vale).

Alguns chegaram a se arriscar mesmo com a proibição das autoridades para atuarem nos trabalhos. Nessa terça-feira, um enxame de marimbondos atacou um grupo de três pessoas que tentavam ajudar. Elas precisaram ser levadas ao hospital.

Outros voluntários, que são da cidade, fazem buscas por amigos de infância. Como Laudinei Pessoa e Mateus de Morais Leal Parreiras, de 29 anos, que percorrem cerca de 40 quilômetros por dia para tentar encontrar os colegas.

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